Dias 338 a 347 – 5 a 14 de agosto | Nossos 10 dias na Califórnia

A Califórnia foi nossa porta de entrada nos Estados Unidos, o 14º país da nossa viagem de volta ao mundo. Foram 10 dias conhecendo a costa, o interior, as florestas nacionais da Califórnia e também fazendo amigos e provando novos sabores. Nessa primeira etapa da última fase do projeto no continente americano – depois de passamos 11 meses por terras latino-americanas, vivemos dias incríveis, mas o choque cultural foi inevitável.

OCEANSIDE

Nossa primeira parada na Califórnia foi em Oceanside, na casa dos porto-riquenhos  Ramon e Jaime, amigos de nossos amigos mexicanos que já se tornaram nossa família.

Chegamos em Oceanside ainda no sábado, dia 4, depois que atravessamos a fronteira e fomos recebidos por Jaime, que por muito tempo foi chef de cozinha em grandes hotéis de Las Vegas. Sorte a nossa, não é não?

Foi através de Jaime e Ramon – que só fomos conhecer no domingo – que tivemos um pouquinho de contato com a cultura de Porto Rico, o arquipélago que pertence aos EUA, mas que definitivamente é latino de alma e coração. A língua predominante continua sendo o espanhol embora o inglês também seja sua língua oficial, assim como o dólar é a moeda corrente por lá.

Ambos moram nos EUA há muitos anos, mas não esquecem suas raízes. Entre palavras em espanhol e inglês, nos falaram do furacão que assolou as ilhas no ano passado, deixando o povoado onde vivem suas famílias sem energia elétrica por dez meses. A comida ficou escassa e a água também. Inimaginável essa situação ao levarmos em conta que Porto Rico é um território mantido pela maior potência econômica mundial, não é mesmo?

Ao mesmo tempo, é inevitável pensar nessas horas em quanto nosso país é abençoado. Ouvimos histórias  sobre terremotos no Peru e Panamá. Vulcões em erupção na Nicarágua e Guatemala. Furacões no México e em Cuba. E tudo isso passa bem longe do Brasil!

Já em comum com o nosso país, Porto Rico tem o feijão com o arroz, chamado por lá de “arroz con habichuelas”. Entre outras comidas típicas da ilha, que eventualmente os amigos preparam em casa, nos falaram do picadinho de porco, das empanadas de carne e do frango caribenho. Nós não fomos até Porto Rico, mas Porto Rico acabou vindo até a gente!

No sábado mesmo Jaime fez um arroz com habichuelas e franguinho bem simples e saboroso, comida caseira com tempero porto-riquenho no melhor estilo confort food.

Já no domingo, Ramom nos levou para conhecer o Maresias, um dos seus lugares preferidos em Oceanside. Ok, já estavamos nos Estados Unidos, mas a comida ainda era mexicana já que praticamente metade da população dessa área é latina. Foi lá que provamos os melhores tacos de pescado da viagem! Tudo bem que o creme de nata já tinha maionese e queijo cheddar, mas os frutos do mar eram de qualidade de restaurante estrelado. Frescos, graúdos…eram as boas-vindas ao “American way of food” que foi coroado com uma porção generosa de batatas fritas, atum defumado e sour cream.

10 dias na Califórnia
Trabalhando com o pé pra cima!
10 dias na Califórnia
Fazendo amigos preciosos em Oceanside 
10 dias na Califórnia
Tostada de frutos do mar! Yummy!!!

PELAS PRAIAS DE LOS ANGELES (Pacific Coast Highway 1 – sentido Norte)

Na segunda-feira seguinte pegamos estrada, muita estrada para que em dois ou três dias chegássemos ao centro vitivinícola dos Estados Unidos: Napa Valley.

Chegar aos EUA era um passo importante na nossa viagem. A sensação de estar na Califórnia com o nosso próprio carro era simplesmente demais. Seguir pelas estradas até o Napa Valley parecia um sonho.

Mas nem sempre a realidade supera a expectativa.

Anos atrás, quando planejávamos as próximas férias do trabalho, queria muito vir para a Califórnia. Queria turistas pelo Estado mais cool dos EUA, fazer uma road trip pela Route 01, ver o pacífico ao fundo e as meninas passando de patins pelos calçadões. Meu plano era apreciar o céu rosa de algodão doce todos os dias das minhas pequenas férias. Queria ver de perto todo aquele mundo colorido e encantado que colocam na internet com a hashtag #californiadreamin, anos atrás cantarolado por The Mamas & The Papas.

Anos depois aqui estamos! Mas a sensação é bem diferente…

Tudo o que via nas fotos e lia nos relatos realmente existe, mas o sentimento diante de todo esse mundo colorido mudou. É meio estranho dizer isso, mas nada parecia real em Venice Beach.

É como se eu estivesse vendo uma miragem ou um set de gravações de um filme. Tudo meio artificial, meio forjado…um estilo de vida que me encantaria conhecer anos atrás, mas que agora perdeu um pouco o sentido.

Não há nada de errado com o que acontece por lá, não me interpretem mal. São pessoas com cortes de cabelo estranhos curtindo o verão num dos lugares mais badalados do planeta. Mas é só isso, entende?

De repente estaria mais confortável e feliz em uma praia de pescadores, sem calçadão, sem lojas de bugigangas, mas com crianças descalças (e sem patinetes) correndo na areia. Estaria mais feliz sentada em uma lanchonete a beira mar que vendesse X-salada gorduroso com milho e ervilha.

Não sei dizer o que aconteceu, mas simplesmente não nos apaixonamos perdidamente pelo mar de Santa Mônica, não nos impressionamos com as mansões de Malibu, nada disso preencheu a nossa alma viajante.

Talvez não estivéssemos num bom dia. Nem sempre estamos.

Por sorte, ao final do dia, quando tudo parecia perdido, o sentimento mudou por completo. Chegamos em Morro Bay, uma cidade pequena no litoral da Califórnia, já passava das seis da tarde.

Um encontro programado na véspera nos levou à casa de Don, um americano fascinado pela vida overlander, que recebia pela segunda vez em sua casa Luciene e Walfrido Kumm. Os dois são catarinenses, estão na estrada há mais de dois anos e conheceram Don na primeira etapa de sua viagem. Como Morro Bay ficava mais ou menos na nossa rota, fizemos questão de chegar para conhecer pessoalmente esse casal de sexagenários aventureiros que inspira muita gente.

E pra aquecer o coração de vez e matar a saudade do Brasil, o encontro teve carne, linguicinha, maionese, farofa e caipirinha, tudo  feitos pelos brasileiros. Um churrasco nunca esteve na minha check list de coisas para fazer na Califórnia, mas acabou se tornando a minha atração preferida nesse dia.

10 dias pela Califórnia
Venice Beach: California dreamin´in a such summer day
10 dias pela Califórnia
O icônico posto salva vidas das praias da Califórnia
10 dias na Califórnia
Maionese, farofa, churrasco e caipirinha pra aquecer o coração

NAPA VALLEY

Com a alma preenchida pelo encontro com os brasileiros e também com a nova amizade com Don, acordamos na terça-feira, 7 de agosto, mais animados.

Não tivemos qualquer problema em dormir na rua tranquila da casa de Don. Silêncio total na cidade de Morro Bay, que tem pouco mais de dez mil habitantes. Antes das seis da manhã já estávamos acordados e prontos para pegarmos estrada. Nos despedimos de Don e também de Luciene e Walfrido que seguiriam para Los Angeles. Nós fomos rumo ao norte da Califórnia.

Nos afastamos do mar e pegamos a freeway, a Route 101. Por muito tempo a paisagem com montanhas e vegetação rasteira e dourada do sol quente da Califórnia nos acompanhou.

Já eram quase dez horas quando paramos para tomarmos café da manhã. Foi nossa primeira parada em uma Rest Area, um lugar próprio para caminhoneiros e viajantes pararem para ir ao banheiro, comer algo, descansar. Algo que não encontramos em nenhuma parte da América Latina, com exceção de alguns postos de combustíveis mais estruturados.

Na Califórnia (e descobriríamos depois que em todos os demais estados), as Rest Areas são mantidas pelo Departamento de Transporte do Estado e não pelo particulares donos de postos. E são bem cuidadas. Há pessoas permanentemente  limpando os banheiros, as instalações, recolhendo o lixo. E por falar em lixo, nem sinal dele nas estradas. Nem uma latinha de refrigerante, nenhum papel de chocolate, nada. Ok, isso deve ser considerado o normal, mas desde que entramos no Peru (e em alguns lugares do Brasil também) vimos muito, muito lixo nas ruas.

E aí uma coisa interessante: não se vê lixo no país que provavelmente mais produz lixo no mundo – a julgar pela quantidade de descartáveis utilizados para comer um simples hamburger.

Chegamos na cidade de Napa por volta das quatro da tarde, a tempo de percorrer alguns quarteirões da cidade que tem uma veia europeia bem acentuada. Pequena, charmosa, com restaurantes e bares com degustação de vinhos por todos os cantos e um rio que deixa o cenário de cartão postal. Ideal para fazer uma caminhada tranquila e observar cada catinho bem projetado da cidade.

Mas todo esse glamour tem um preço. A cidade de Napa lidera vários rankings de destino turístico mais caro dos Estados Unidos. Some essa realidade à cotação atual do dólar e e o resulado é financeiramente desastroso para quem viaja o mundo.

Então, em Napa, acabamos usando um recurso que muito viajante independente conhecesse: o couchsurfing. E dessa vez demos muita sorte porque Josh e Ari, nossos anfitriões, eram bem gente boa, nos receberam super bem e ficamos muito bem instalados por dois dias numa das cidades mais caras do mundo. A experiência do couchsurfing que já tinha sido infeliz uma vez lá no Peru, foi super positiva nos Estados Unidos. Além de economizarmos uma grana, ter contato com os locais realmente não tem preço. Você vive a rotina deles, observa como lidam com questões rotineiras e, além de tudo, recebe boas dicas sobre a cidade e até sobre o país.

No nosso caso, Josh e Ari fizeram o jantar pra gente e no dia seguinte ainda nos levaram a uma degustação de espumantes numas das vinícolas mais elegantes de Napa, a Domaine Carneiros.

10 dias pela Califórnia
“Nossa” casa em Napa Valley

Passamos apenas duas noites em Napa, mas aproveitamos cada minuto. Visitamos o mercado público de Oxbow Public Market, vinícolas, como a Clous de Val, e percorremos o Vale até a pequena cidade de Yountville.

10 dias pela Califórnia
Calçadão e restaurantes com vista para o Napa River
10 dias pela califórnia
A linda vista da vinícola Domaine Carnero
10 dias na Califórnia
O charme de Yountville

SAN FRANCISCO e VALE DO SILÍCIO  

American way of life. E que life! Nunca vimos tantos de carro de luxo num único dia. Infinity, Tesla, Mustag, Ferrari, Porche, Alfa Romeu e outra dezena de marcas que não conseguimos identificar.

Não era de se estranhar. Saímos da região de Napa Valley em direção ao Vale do Silício, passando pela cidade de São Francisco. É possível que tenhamos percorrido os kilômetros com a maior concentração de renda do planeta. Por isso o dia foi só de passeio mesmo, pra conhecer alguns pontos turísticos de São Francisco sem a pretensão de gastar um tostão.

Nossa primeira parada foi no Presidio Park, bem ao lado da Golden Gate. Atravessamos a icônica ponte bem cedinho, quando a neblina ainda encobria boa parte dela.

Fazia 12°C quando sentamos na mesinha da área de picnic para fazermos o nosso café da manhã. Aos poucos a ponte foi aparecendo em meio ao nevoeiro e a vista foi se transformando.

Alguns grupos de escoteiros e de empresas faziam seu picnic por lá também em meio a algum programa de recursos humanos ou coisa do tipo.

Não nos demoramos muito por lá. Às onze e meia tínhamos que estar na sede do YouTube na ciade de  San Bruno. Podia ser pra receber a nossa placa de 100 mil inscritos no nosso canal, mas ainda não foi dessa vez. Fomos apenas buscar umas encomendas com um amigo de um amigo que trabalha por lá. Foram apenas 30 minutos de conversa que virou um almoço super rapidinho na sede da empresa mais, mais, mais… (complete a frase com o palavrão mais bombástico que puder) de todos os tempos. 

Fotos não são permitidas no local, só pedi uma exceção para registrar meu prato de comida: um lámen delicioso e bem nutritivo. A visita foi rápida, não deu para conhecer a fundo o lugar, mas uma coisa é certa, eles comem muito bem por lá!

Mas o dia ainda estava na metade e depois de passar rapidinho por San Bruno, seguimos para San Jose. (Não sei se você percebeu, mas uma boa parte das cidades da Califórnia tem nome de santos, em espanhol. É que, segundo conta a história, Califórnia pertencia ao México antes do território ser vendido para o Tio Sam!)

Em San Jose fomos na sede da empresa mãe, a companhia mais poderosa do mundo, a Google. Não tínhamos encomenda nenhuma para buscar lá. Fomos matar a curiosidade de ver a galera nerd passeando de bicicletas quadricolores entre os prédios da empresa. A verdade? Não há nada demais por lá, a menos que você queira bater uma foto ao lado do robozinho da Android ou comprar um boné com a marca Google. Nossa visita só não foi um completo fracasso por conta de um encontro bacana com quatro brasileiros que estavam parados bem pertinho do nosso carro. Eles já haviam visto a placa de Blumenau e já estavam curiosos quando nos esbarramos sem querer no estacionamento da empresa.

Nos meses que passamos pela América do Sul, Central e México não encontramos muitos brasileiros pelo caminho. Já na Califórnia, encontramos alguns pelas rodovias que ficam como loucos, buzinando e acenando, quando vêem a placa do Brasil. Muito legal!

No final do dia fomos buscar abrigo no ponto mais conhecido dos overlanders que se aventuram pelos Estados Unidos: o Walmart. Era oficialmente a nossa primeira noite em um estacionamento de supermercado.

10 dias pela Califórnia
Pier 39: um dos pontos turísticos mais visitados de San Francisco
10 dias pela Califórnia
Lámen by YouTube´s chefs
10 dias na Califórnia
Android e eu, eu e o Android
10 dias na Califórnia
Nossa primeira noite no Walmart: preparando 

Tirando o tiozinho que resolveu varrer o estacionamento do mercado às duas da manhã, nossa primeira noite no Walmart foi bem sossegada.

Tão sossegada que nos sentimos a vontade de tirar nosso fogão pra fora do carro mais uma vez e fazermos nosso cafezinho ali mesmo, no estacionamento.

Era dia 10 de agosto, uma sexta-feira, e tínhamos compromisso na agenda. Saímos em direção à cidade de San Jose às 9:30h e logo estávamos adentrando a sede da vinícola  J. Lorh. Nossa visita na companhia foi bem especial, já que conhecemos a marca de longa data. Na verdade os vinhos da J. Lorh fazem parte da nossa história como casal, dos nossos jantares de início de namoro e por isso temos um carinho singular por essa marca. Estando tão perto, não poderíamos deixar de conhecê-la.

10 dias pela Califórnia
Chegando na J. Lohr
10 dias pela Califórnia
Na sala de degustação

Depois de provarmos uma infinidade de rótulos e na J. Lorh e conhecermos melhor o processo de produção e a história da empresa, precisávamos comer algo. Já passava do meio dia e depois de tanto vinho era providencial que fizéssemos umos uma refeição.

Seguimos em direção a Santa Cruz, uma cidade litorânea não muito distante de San Jose. Quando já a tardinha, procuramos por um lugar pra ficar. Não encontramos nenhum Walmart em Santa Cruz, apena um grande Shopping Center. Pra evitar confusão fui perguntar ao segurança do local se podíamos passar a noite por lá. A resposta foi negativa, mas os seguranças gentilmente me informaram que poderíamos ir a um supermercado chamado Safeway e que lá aceitariam overnigth no estacionamento.

Seguimos em direção ao local, conversei com o segurança que disse sim, tudo bem, que podíamos ficar por apenas um um dia no estacionamento aos fundos do mercado. Tranquilos por encontrar um lugar, deixamos o mercado e fomos conhecer a praia. O mar gelado, a neblina e o vento frio não nos encorajaram a dar um mergulho, mas aproveitamos para tomar uma ducha no chuveiro público na praia de Santa Cruz. A água devia ser canalizada direto do Alaska. Fria que doía. Mas era banho free e banho grátis não se nega.

Então voltamos para o Safeway, estacionamos, fizemos nosso jantar com queijo, tomates cerejas e azeitonas. Conversamos sobre os acontecimentos dos últimos dias e estávamos a um passo de deitarmos para dormir. Foi então que Jeff, o segurança camarada que havia nos deixado ficar no mercado, chamou-nos do lado de fora da nossa casinha, pediu desculpa pelo inconveniente e gentilmente falou para nos retirarmos. Segundo ele, alguma vizinha ligou para o mercado pedindo para nos tirarem de lá.

Sem questionar, arrumamos nossas coisas e bem chateados – já que não fizemos barulho, sujeira ou algo que pudesse incomodar alguém (nem saímos do carro!!) – fomos procurar outro lugar pra ficar.

Já estava escuro e estávamos cansados. Foi dificil, nos sentimos pior que o coco do cavalo do bandido, mas não tínhamos alternativa. Por fim, 50 kilômetros depois, quando já eram quase onze da noite, encontramos um lugar próximo a praia onde haviam outros motorhomes. Fomos dormir ressentidos, com o sentimento de que os Estados Unidos não são um lugar de muitos amigos.

DE SANTA CRUZ A MORRO BAY (Pacific Coast Highway 1 – sentido Sul)

Bastou 24 horas, entretanto, para mudar nossa impressão negativa. Voltamos a casa de Don, o americano que acolheu a família Kumm, que também nos acolheu dias atrás. Don é tão generoso, tão amigável, tão legal que tirou o esteriótipo que tínhamos registrado na fatídica noite anterior.

Até chegarmos em Morro Bay, entretanto, tivemos um dia inteiro de estrada pela frente. Não que estivesse muito longe, mas decidimos descer novamente a Route 1, a famosa estrada Californiana que margeia o Pacífico.

Talvez por ser sábado, talvez por ser férias, talvez porque o dia estava ensolarado e perfeito para pegar estrada ela estava bem tumultuada. Conversíveis e motorhomes disputavam espaços na pista e nos mirantes.

Mas, apesar de lotada, a estrada era linda. Bem mais bonita que a parte de Oceanside a Morro Bay. Pra cima a estrada é mais aprazível, sem muitas cidades e semáforos.

Uma parada pra fazermos o almoço e mais a frente, uma parada para darmos uma cochilada. Trinta minutos foram suficientes para acordarmos novos. Em menos de uma hora chegávamos a casa de Don que fez pizza, tostadas e serviu vinho pra gente. Isso entre uma “lição” de inglês e outra. Ele pacientemente nos explicava cada dúvida que nos surgia.

Passamos momentos muito divertidos com Don e por isso nossa partida, programada para o domingo, foi prorrogada para a segunda. Aproveitamos a folga de Don para conhecermos a cidade de pouco mais de 10 mil pessoas que tem um morro a beira mar como ícone.

Passeamos pela praia – numa temperatura pouco convidativa- percorremos o pier e curtimos o ritmo da cidade aos domingos. Degustação de vinhos do Oregon, visita ao museu do skate, uma checada rápida na loja de balas coloridas e nos cardápios dos restaurantes da orla.

Acabamos deixando os restaurantes pra trás, porque o café da manhã havia sido bem caprichado e confraternizar em casa, depois de dias na estrada, era muito melhor. Então, já de volta a casa, Don e Vinicius se puseram a coziram juntos. Pizza, carnitas, milho flambado no whisky, alcachofras na churrasqueira…cardápio variado e delicioso preparado a quatro mãos.

10 dias na Califórnia
Morro Bay, cidade tranquila na costa do Pacífico californiano
10 dias na Califórnia
Don, mestre cuca, preparando pizza para o jantar
10 dias na Califórnia
Tortilha, feijão, ovo, abacate e sour cream para o café da manhã
10 dias pela Califórnia
Pizza de tomatinhos cereja para o jantar

SEQUOIA NATIONAL FOREST

No dia seguinte, partimos em direcao à Floresta Nacional das Sequóias. Levamos quase todo o dia para chegar na Floresta. Fomos apreciando as estradas mais calmas e repletas de plantações de pistache, cítricos, romãs, pêssegos, etc. Assim que chegamos perto da área delimitada da floresta nacional, paramos para almoçar numa das vistas mais bonitas do interior da Califórnia. 

Fez muito calor durante todo o dia, só dando uma amenizada quando adentramos a floresta dos pinheiros gigantes que sombreavam o caminho.

Dormimos em um lugar sem ninguém por perto, nem estrutura de banheiros ou chuveiros. Apesar de estarmos bem perto da civilização, aquele pequeno canto da Floresta Nacional foi nosso durante doze horas.

10 dias pela Califórnia
Picnic com vista para o vale
10 dias pela Califórnia
Parque da Sequoia, natureza que impressiona!
10 dias pela Califórnia
Encantados com as Sequoias gigantes

No dia seguinte, quando acordamos em meio a floresta de imensas árvores centenárias, agradecemos por mais essa oportunidade incrível de vivenciar a natureza, de poder conhecer e estar em contato com uma das paisagens mais impressionates do mundo. Também agradecemos por nenhum urso vir tentar roubar a comida que estava dentro do carro… ouvimos muitas histórias sobre ursos nos parques nacionais nos Estados Unidos e confessamos que passamos a noite em estado de alerta.

Depois de um café da manhã sem a companhia dos ursos, pegamos estrada com destino ao leste do país. Nossa última noite na Califórnia foi na cidade de Bakersfield, mais uma vez no estacionamento de um Walmart. A cidade foi apenas nosso ponto de parada para seguirmos viagem para o próximo estado americano.

Dos nossos 10 dias pela Califórnia em que vivemos um turbilhão de sentimentos diferentes a cada dia, queremos apenas levar na memória lindas paisagens; no paladar, bons vinhos; e para a vida, novos e preciosos amigos.

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