Vinicius acordou um pouco mal ainda. Jerry também. Meu pé ainda estava inchado feito um pão.
Mas a previsão era boa: a tendência era melhoramos com o tempo. Sim, me tornei mais otimista com a viagem. E agradeço também por esse pequeno detalhe que muda completamente a forma como vemos as dificuldades.
Saímos de Guadalajara por volta das onze da manhã. Um pouco tarde, mas foi para ver como nós seguíamos na nossa convalescença. Quando vimos que dava para encarar a estrada, seguimos nossa volta ao mundo, não sem antes dar um abraço em Jerry, nosso querido anfitrião, mais novo amigo e aluno da bela cidade de Guadalajara.
Tínhamos muitos quilômetros a percorrer ainda antes de deixarmos o México. De última hora ficamos sabendo que o ferry do porto de Mazatlan – que liga o continente à Baja California – não estava operando. Tivemos que mudar nossa rota e pelos novos cálculos levaríamos de quatro a cinco dias para chegar em Ensenada, já bem próximo da divisa com os Estados Unidos.
A vantagem é que teríamos por duas vezes a troca de fuso horário até lá. Quando paramos para comer em Tepic tivemos a confirmação de que tínhamos ganho mais uma hora no nosso dia. Então, ao invés de tomarmos o nosso café da manhã às três da tarde, estávamos tomando às duas. Vinicius pediu um caldinho de frango pra ver se ajudava na recuperação do estômago. Eu pedi um ovo mexido com feijão. Estamos muito mexicano mesmo!
Seguimos pela estrada pedageada dessa vez, por orientação dos próprios mexicanos já que adentrávamos o estado de Sinaloa (considerado com alto nível de violência). Pelo caminho, grandes plantações de agave azul, para fazer tequila e deu para ver a nítida diferença entre o agave azul e o agave espadín, usado para fazer mezcal pelos produtores de Matlatán, lá em Oaxaca.
[Confira nosso post sobre a produção de Mezcal em Oaxaca]
A temperatura foi subindo conforme avançávamos. Estávamos ingressando definitivamente no verão do Hemisfério Norte.
Às cinco da tarde chegamos em Mazatlán e paramos num posto de combustíveis para descansar e pernoitar. Compramos abacates e tortilhas na conveniência e depois de muito tempo jantamos sozinhos na nossa casinha outra vez, como pede uma volta ao mundo de carro: sentindo o vento no rosto e acompanhando o sol se por.