A noite no estacionamento do Mi Viejo Ranchito foi super tranquila. Uivos de bugios nos saudavam mais uma vez pela manhã. Fizemos nosso cafezinho e aproveitamos a internet rápida do restaurante para trabalharmos um pouco.
Quando nos demos conta já eram quase três da tarde. Hora de fazer um break para desfrutar um pouco da Nicarágua. Nossa primeira parada foi no mirador de onde se pode ver toda Laguna de Apoyo, com cerca de seis quilômetros de diâmetro, formada há milhões de anos pela explosão de dois vulcões (segundo informações não oficiais).
A vista lá de cima é muito bonita, mas a experiência mais legal foi entrar nas águas quentes da lagoa. Descemos até um ponto onde haviam pessoas se banhando e nos jogamos na água também. O curioso dessa lagoa é que poucos metros da margem a profundidade é impressionante! Logo que não entra não dá pé! Como já havíamos sido avisados disso por Ulisses, fomos entrando devagar, com cuidado. E de fato, logo que a água atinge a cintura abre-se um fosso em formato de cone com profundidade de 170 metros.
Bem, foi só o tempo de nos refrescarmos um pouco e logo partirmos para mais uma jornada gastronômica. A convite de Carlos e Julia, que conhecemos no aniversário de Ulisses no dia anterior, fomos conhecer o restaurante La Mestiza, classificado pelos internautas entre os melhores da cidade de Masaya (cerca de 30 quilômetros da capital Manágua).
O casal apostou na comida de seu país de origem, o México! Apesar de ainda estarmos na Nicarágua não podíamos deixar passar a oportunidade de conhecer a comida que nos fascina tanto, preparada por nativos.
É claro que vamos para o México, aliás estamos super ansiosos por esse momento. Mas no La Mestiza tivemos a chance de conhecer um pouco das versões dos guisados, dos refogados utilizados na principais preparações mexicanas. Estamos falando dos recheios dos tacos, nachos, tortillhas… Ai que delícia!
Sabiam que cada região do México tem sua própria receita? Pois é! Teremos muito trabalho pela frente! rs Carlos nos falou um pouquinho de cada uma das preparações. Depois serviu pra gente um pouco de cada, em tacos feitos com tortilhas de milho simples ou com achiote (uma mistura de azeite com urucum) que deixa a tortilha mais douradinha e crocante.
Os nove tipos de recheio são:
- Al Pastor – carne de porco marinada com pimentas desidratadas (chile guajillo e chille ancho) e chipotle. É servido com abacaxi caramelizado.
- Alambre – carne de gado, com bacon, cebola e pimentão.
- Assado de Porco – carne de porco em molho de pimentas secas defumadas e especiarias.
- Barbacoa – língua e bochecha de boi cozidas por doze horas em cebola, alho, pimentão, pimenta, orégano, folha de louro.
- Bistec – carne de boi temperada e assada em cubinhos.
- Carnitas Michoacanas – carne de porco refogada com temperos, hidratada com leite “evaporada” (um creme de leite menos denso) e caramelizada com coca-cola.
- Cochinita Pibil – carne de porco desfiada que leva achiote e laranja ágria (azedinha).
- Carnico – posta de carna suína, com folha de louro, leite evaporada e coca cola.
- Chicharrón em salsa verde – cozido de carne de porco com molho feito com tomate verde, chile serrano, cebola, alho e cerveja.
- Chile relleno– pimenta jalapeña empanada e frita com recheio de queijo chihuahua e feijão moído. A pimenta é cozida sem as sementes e com um pouco de açúcar para tirar o ardido.
Super difícil dizer qual a melhor já que todas são muito bem temperadas. Já sentimos que teremos graaandes e saborosos problemas no México. Controlar a quantidade de comida ingerida será um desafio!
Além dos sabores incríveis que sentíamos pela primeira vez, um detalhe nos surpreendeu: estávamos esperando por muita pimenta, mas …ela não veio. Segundo Carlos, a comida no México é mesmo naquele ponto, apimentada, mas nem tanto. Ficamos um pouco descrentes, afinal a gastronomia mexicana é mundialmente conhecida pelos chiles! Bem, essa dúvida vamos tirar a limpo por conta do nosso próprio paladar, logo, logo.
[Aperte o play e confira como foi nossa visita ao La Mestiza:]