Depois de todo o trâmite complicado na entrada da Nicarágua (veja post parte 1 deste mesmo dia), nossa recepção no país não poderia ter sido melhor.
Conhecemos Ulisses, um dos proprietários do Restaurante Mi Viejo Ranchito, na cidade de Catalina, bem próxima à capital Manágua. Ulisses nos deu as boas vindas à Nicarágua, chamou a cozinheira do restaurante e deu carta branca para entrarmos na cozinha pra conhecer um pouco da gastronomia oferecida no local.
Ulisses estava ocupado. Era seu aniversário e na hora que chegamos estava justo confraternizando com seus familiares.
Passamos a falar com Salvadora Mottaz, nicaraguense da gema, cozinheira do restaurante há quatro ano. Ela nos contou um pouco do que servem no restaurante que é considerado um dos mais típicos do país. Com três lojas espalhadas na Nicarágua e previsão de abertura de mais um em breve, o Mi Viejo Ranchito nasceu como um estabelecimento familiar e hoje, só em Catalina, conta com sessenta funcionários.
Bem, mas voltando aos pratos típicos. Salvadora nos apresentou três preparações diferentes – as mais emblemáticas do cardápio – que tinham o milho como elemento comum.
A primeira preparação foi o Índio Viejo com cuajada e tostones: o índio viejo é tipo um creme espesso, feito com carne desfiada temperada e tortillas umedecidas. A cuajada é como o nosso queijo minas e o tostón, nosso velho conhecido patacón de outrora.
A segunda preparação que Salvadora fez pra gente foi o Quesillo. Aliás, ela preparou um Quesillo simples (U$1,30) e outro duplo (U$2,5). Esse prato é bem simples, mas delicioso. Basicamente é uma tortilla com uma fatia de queijo tipo muçarela, cebola curtida no vinagre e nata. A curiosidade do prato está no queijo, que é elástico e é servido frio mesmo. Ele é estirado em água até formar uma loooonga tira de queijo e depois cortado em fatias.
A montagem é muito simples. É só colocar o queijo sobre a tortilha, depois a cebola e por último o creme de nata.
O último prato que a Salvadora nos mostrou foi o Caballo Bayo (U$7,50) que consiste na verdade em várias preparações diferentes no mesmo prato para rechear a tortilha. É a influência da cozinha mexicana na Nicarágua! E ó, tava muito bom! O Caballo Bayo leva feijões moídos com queijo ralado, carne desfiada de frango e vaca, chorizo de porco, moronga (morcilha com bastante arroz), chicharrón (torresmo), crema (sour cream) e pico de gallo (vinagrete picante).
Gente, o que são boas essas carninhas desfiadas, vocês não imaginam! A de porco foi a que mais surpreendeu porque levava cravo da índia.
E depois de provar todas essas comidinhas tradicionais da cozinha nicaraguense recebemos um convite muito especial! Ulisses nos convidou a sentarmos com seus familiares e juntos comemorarmos o seu aniversário. Foram horas e horas de conversa e muitas risadas. Que família divertida!! Tínhamos esquecido de vez o episódio enfadonho que ocorreu no início do dia. Nicarágua tinha nos fisgara de vez pelo estômago e pela hospitalidade do seu povo.
[Não deixe de conferir como foi nossa passagem pelo Mi Viejo Ranchito! Aperta o play!]