Dia 193 – 13 de março – Terça-Feira: Rumo à Chiriqui, a região produtora do Panamá

Depois de uma semana na cálida Cidade do Panamá, pegar estrada e seguir a um destino de clima mais ameno nos parecia uma excelente ideia.

Há umas duas horas da divisa com a Costa Rica, Boquete é a cidade de nome engraçado para nós brasileiros, e um dos destinos mais procurados no país pelos aposentados americanos e europeus. Com um pouco mais de vinte mil habitantes, o clima agradável e o sossego atraem os gringos que querem curtir a terceira idade de uma forma mais tranquila.

Cidade no Panamá
Bem-vindos a Boquete!

Por ironia, fomos ao encontro de um casal de imigrantes, mas que ainda levam tempo para se aposentar. A colombiana Caroline e o italiano Daniele se conheceram na Colômbia e resolveram trabalhar e viver no Panamá. Há dois anos abriram o Restaurante Colibri e depois do primeiro de ano de muita turbulência, alcançaram posto entre os melhores restaurantes da cidade.

Restaurante Colibri
Restaurante Colibri: sabores globais com ingredientes locais

 

Não se engane. Apesar de pequena, a cidade conta com inúmeros estabelecimentos alimentícios e estar entre os melhores é fruto de esforço e dedicação.

Por que uma cidade tão pequena tem tantos restaurantes?

A resposta chama-se Barú, a mais alta montanha do Panamá que na realidade é um vulcão inativo, a 3.474 metros de altitude. Turistas do mundo todo vem a região para subir a montanha e poder apreciar, ao mesmo tempo, os oceanos Pacífico e Atlântico.

Então já viu né? Apesar de pequena, a cidade é cheia de turistas! Por uma questão de procura, os restaurantes acabam ofertando mais pratos da cozinha internacional do que da nacional… infelizmente!

No Colibri a coisa não é muito diferente. Entretanto, segundo Daniele, 90% dos produtos utilizados em sua cozinha são provenientes dos pequenos produtores da região. O percentual é bem alto em se tratando do Panamá, que quase não produz alimentos, importando a maioria do que consome, como já relatamos por aqui.

Daniele nos contando sobre o rico café panamenho

Realmente nos parece que essa prática só é possível nesse parte do país. A província de Chiriqui é a grande produtora de alimentos do Panamá e abastece todo o território nacional e pudemos ver isso na prática! Nas seis horas cruzando de carro o país, não encontramos cultivo de nenhuma espécie ao longo do caminho!

Já na região de Boquete, o clima mais ameno propicia a plantação de alguns produtos. O café é que merece maior destaque. A produção não é grande, mas a qualidade tem chamado a atenção dos grandes consumidores da bebida. Em meados de 2017, a libra de um café geisha cultivado nessa região do Panamá foi vendido pela bagatela de U$601,00 em um leilão on line!!

Não foi dessa safra, nem da mesma fazenda, mas certamente tinha muita qualidade o café que o chef Alexandre Manrique, que comanda a cozinha do Colibri, utilizou para preparar o Mil Folhas desconstruídas (U$7) que devoramos logo depois de provar a porchetta (U$12), também receita da casa.

Porchetta!!!! Soooo Good!

A carne de porco assada veio acompanhada de pão artesanal feita no restaurante que homenageia a cozinha italiana, terra natal de Daniele. Berinjelas, mostarda e cebola agridoce compunham o prato.

Já o mil folhas tem um pezinho na Itália, mas outro no Panamá. Na composição do creme que intercala as “mil folhas”, vai mascarpone, nutella, rum abuelo (marca panamenha) e café.

Na descrição do menu: Milhoja desconstruída con crema de avellanas y mascarpone, praline y nibs de cacao de Bocas del Toro

Nibs de cacau cultivado em Bocas del Toro davam ainda mais crocância à sobremesa que veio seguida de um rico café panamenho. Delícia!

Confira como foi nossa visita ao Restaurante Colibri:

 

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