Voltamos à Pijao. Depois de mais um café da manhã delicioso feito carinhosamente por Hernán, fomos conhecer Carlos, um agricultor super antenado que partiu do campo para a cidade, montou uma pequena cafeteria onde serve o café colombiano que ele mesmo produz. Desde o preparo da terra até a colheita, da secagem à embalagem, da extração à degustação, Carlos sabe tudo de cafés especiais!
Provamos vários cafézinhos La Floresta, extraídos todos com métodos diferentes para que pudéssemos sentir todas as nuances do “melhor café do mundo “, nas palavras do dedicado produtor.
Enquanto preparava a bebida por qual tem tanto carinho, Carlos nos contou que, ainda jovem, deixou o campo e partiu para cidade para trabalhar. Anos depois voltou às terras produtoras de café da família e decidiu estudar os métodos de extração da bebida e abrir a cafeteria para que ele mesmo pudesse servir ao consumidor final o café que cultivava.
Hoje, o seu produto e o seu conhecimento, adquirido com tanto esforço, é reconhecido dentro e fora do país, tendo sido vencedor de alguns concursos nacionais.
Desde que entramos na Colômbia, o café tem nos proporcionado muito mais que deliciosos sabores em uma xícara. Por trás desse fruto, temos ouvido várias histórias de dificuldades do homem do campo que se vê refém de grandes corporações, de grandes investidores, da burocracia do governo.
Graças ao esforço dessas pessoas que amam o que fazem e pelo respeito pela terra que lhes dá sustento, temos ouvido também muitas histórias de superação desses obstáculos e das grandes crises econômicas.
Entre aos que têm alcançado o sucesso em meio a tanta dificuldade, extraímos uma fórmula em comum: some conhecimento, renovação e dedicação.
Não, não é fácil, mas é possível.
E ver a transformação da vida das pessoas é lindo. E não se trata apenas de conquistas financeiras, se não de empoderamento e orgulho que acabam se tornando, ao fim e ao cabo, inspiração a todos aqueles que estão próximos: empregados, familiares e comunidade.
Veja como foi a nossa passagem por Pijao!:
Depois de tanto café e tanta conversa boa era hora de deixarmos Carlos fazendo o que ele faz de melhor e partimos para mais uma experiência gastronômica na Colômbia.
Foi no Restaurante El Hato de Evelio, no centro de Calarcá que provamos um prato típico feito com sobrebarriga e língua de boi, chamado Combinado Paisa. Um prato bem substancioso que de guarnição leva mandioca, batata, arroz, abacate e, claro, arepa.
As carnes vieram servidas em “salsa criolla”, um molho simples feito com tomate e cebola que deixaram o prato mais interessante.
A preparação do combiado paisa ficou ao encargo do chef Yonathan Soto García. Segundo ele, a origem do prato está relacioanada à época em que a economia não ia lá aquelas coisas e a população se viu obrigada a optar por carnes menos nobres, mais baratas, e, não por isso, menos saborosas.
O que nos chamou atenção no prato foi a sobrebarriga que estava bem temperada e também a arepa, que não continha um pinguinho de sal. Apesar das inúmeras variações e preparos diferenciados, as arepas que provamos na região de Quindio – e que acompanham quase todos os pratos – são feitas de puro milho sem adição de qualquer tempero. Diferentemente, dizem que nos outros Departamentos encontraremos arepas mais incrementadas, com os mais diversos recheios. É esperar pra ver!
Bem, era sexta-feira, haviamos tido um dia muito especial e queríamos apresentar à familia Rodriguez um sabor diferente e resolvemos preparar nossas famosas esfihas! Podíamos fazer arroz e feijão, mas não seria uma novidade para os nossos queridos anfitriões colombianos. Assim, como estávamos na região de Armênia achamos que seria interessante preparar esse prato que tanto adoramos e que eles nem faziam ideia do que era!
Diferente das arepas, nossas esfihas tem muito tempero e pimenta! Havia a possibilidade de estranharem… mas acabaram gostando! Pelo menos comeram o suficiente para comprovar que haviam aprovado, tanto as de carne quanto as de queijo. 🙂