Mais um estado americano fez parte do nosso roteiro nos dias que se seguiram: Novo México!
Partimos cedo da floresta nacional ao lado do Grand Canyon em sentido à Abulquerque. Foram seiscentos quilômetros de paisagens cinematográficas. Rochedos enormes, planícies infinitas cortadas por trens intermináveis. Só faltou o índio alto, moreno de cabelos pretos, lisos e compridos aparecer montando um cavalo “bayo”.
Quando já era quase meio dia, uma feirinha toda bagunçada ao lado da rodovia com uma placa de Hot Tamales nos chamou atenção. Seria uma comunidade de mexicanos?? Não resistimos e paramos!
Com a fome batendo na porta, já nos imaginamos comendo ricos tacos de carnitas.
Mas foi a nossa surpresa quando nos demos conta de que se tratava de uma feira de pulgas, de venda de roupas e coisas usadas. Duas ou três barraquinhas de comida alimentavam o público. Mas nada de comida mexicana, tirando os tamales. E os vendedores sequer falavam espanhol.
Não eram mexicanos, mas indígenas Navajo, parentes da Pocahontas. A comida mais tradicional, um Navajo Burguer feito com pão frito no lugar de um pão normal. Resistimos e pedimos apenas um bread fried, achando que seria pequeno. Eis que vem embrulhado numa sacola do walmart um pão banhado na fritura do tamanho de uma tlayuda.
O modus operandi mandava colocar açúcar e mel por cima. Bem saudável, não é?! Vinicius colocou só um melzinho e mandou ver. Não era nada demais e lembrava a Hojaldra típica do Panamá, só que com mais gordura.
Bem partimos em busca de um lugar para almoçarmos e também para tomarmos banho. Apenas algumas bandeiras de postos de combustíveis tem chuveiro nos EUA, como a Love e a J. Flying. Acontecesse que para usar o chuveiro é preciso pagar a bagatela de U$12,90. Na atual cotação, gastaríamos cem reais para os dois tomarem banho. Já imaginou??
Outra opcão são os campings, mais caros ainda!
A solução era o nosso bom e velho chuveirinho do carro que funciona muito bem, obrigado. Todavia, como o banho tem que ser ao ar livre, não é em qualquer lugar que rola banho.
Então ficamos de olho até que uma hora vimos uma ruazinha meio deserta. Entramos, nos escondemos da rodovia e ali providenciamos o almoço e também o banho. Viajar com orçamento restrito por um país caro como os EUA requer umas mandingas, temos que abrir mão de alguns confortos, mas sem perder a dignidade!
Assim a gente vai levando, dando um jeitinho aqui outro ali. O importante é que estamos felizes e juntos, na alegria e na tristeza.
Dani e Vini, super concordo com esse estilo de viagem! Eu também faço como vocês. Mesmo que eu não esteja com o orçamento apertado, não costumo “esbanjar” e, sempre que posso, também abro mão de alguns confortos para aproveitar as coisas que realmente importam! Estou amando a leitura do diário de bordo e, não vejo a hora de chegar aos posts dos dias atuais.