Chegou a vez de provamos os produtos típicos e a hospitalidade dos lombardos
Uma semana passou desde que saímos de Castelnuovo Dom Bosco e a verdade é que parece que já faz meses. Na estrada o tempo passa mais devagar, o cérebro fica ligado o tempo todo e cada segundo registra um turbilhão de novidades. No final, parece vivemos um mês numa semana e, para ser sincera, não há melhor sensação que essa.
Despedimo-nos da região de Gorgonzola depois de uma breve passagem por Milão para visitar o centro histórico e também para conhecer o Mercado da Terra que acontecia, coincidentemente, no sábado em que resolvemos explorar a cidade mais cosmopolita da Itália.
Foi a querida Paola Pomo que nos guiou pela parte moderna da cidade e nos levou até onde acontece o Mercado Slow Food que reúne cerca de quarenta produtores da região. Ali, todo primeiro e terceiro sábado do mês é possível encontrar produtos orgânicos, saudáveis e conversar cara-a-cara com quem planta e produz os alimentos. E essa é uma as regras mais importantes dos Mercados da Terra que acontecem em várias partes do mundo.
Leia a nossa passagem pelo mercado da Terra em Mérida, no México.
A venda direta, sem intermediários, é um dos princípios primordiais de funcionamento do mercado. É o respeito pelo direito do consumidor de saber de onde vem e como é cultivado/ transformado o alimento que ele está levando para casa. Por outro lado, a venda direta garante que o produtor receberá um preço justo pelo trabalho que realiza.
A aproximação do colono com o consumidor é a arma mais eficiente para a manutenção da agricultura familiar e para a preservação das tradições alimentares locais. É também o meio mais fácil para conseguirmos expandir e reduzir os custos de uma agricultura orgânica, mais saudável e sustentável. Conhecer quem plantou e como plantou o alimento que colocamos no prato nos permite fazer escolhas mais conscientes.
No Mercado da Terra de Milão, os produtores vêm da região periférica da cidade e o conceito de km zero é um pouco mais estendido justamente por se tratar de um grande centro. Entretanto, em média, os produtores estão num raio de 40km do local do mercado.
Para nós dois, que já vimos muita coisa nesse um ano e meio de mercados, feiras e sacolões, a novidade ficou por conta do vendedor de scargots ou lumachi, como os italianos chamam os caracóis comestíveis que nós costumamos associar apenas à cultura gastronômica francesa.
Outra iniciativa bacana que vimos acontecer, é que em meio ao mercado um espaço é reservado à troca de informações, um bate-papo informal sobre algum tipo de alimento. Naquele sábado o assunto era a importância das abelhas e era dedicado especialmente às crianças que puderam ver de perto uma colmeia e provar mel puro.
Quem estiver de passagem pela cidade, pode chegar ao mercado de metrô, descendo na estação Garibaldi e caminhando um pouquinho. Depois do mercado, caminhando tranquilamente por cerca de meia hora chega-se ao Castelo di Milano, passando pela curiosa chinatown de Milão.
Foi exatamente isso que nós fizemos.
Chegamos ao Duomo por volta do meio-dia. O dia cinzento não espantou ninguém. A praça estava lotada de pessoas, assim como a Galeria Vittorio Emanuele. A fila para entrar na Igreja era desestimulante e por isso Vinicius abriu mão de conhecer o Duomo. Abrimos mão também de almoçar no centro de Milão.
Uma pizza margherita para uma pessoa na principal avenida da cidade custava em torno de 10€, o que não chega a ser nenhum absurdo. Mas toda aquela multidão nos afugentou. Acho que ficamos tempo demais na tranquila Castelnuovo Dom Bosco e acabamos nos acostumando com o sossego e cordialidade dos locais.
Viaje com a gente!
Para finalizar a nossa passagem pela região de Milão, Paola nos convidou a jantar na sua casa, em Melzo. A mesa estava repleta de delícias: queijo natural feito sem coalho, salame de pato, salame de fígado, alho negro, salada de feijão, aliche… todos produtos vindos do Mercado da Terra! O jantar foi uma viagem pelos produtos típicos e artesanais daquela região da Lombardia, com exceção do pão de farinha integral do Vinicius, feito no carro com massa madre e assado na hora, na casa de Paola.
[su_box title=”Mercado de La Terra Milano” box_color=”#e5e6e4″ title_color=”#090a09″ class=”Pasticceria Cagna”] Primeiros e terceiros sábados no mês
Via Procaccini 4 / Via Luigi Nono 7, Milão
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