Dia 127 – 6 de Janeiro – Sábado: Despedida de Lima no Mercado Público Monterrico

Com o final do período de festas chegando a cidade que tem aproximadamente 8 milhões de habitantes já começava a dar os primeiros sinais de vida normal. Quem saiu para viajar está voltando para iniciar, a partir de segunda, o ano de 2018. De verdade não queríamos ficar para ver o trânsito caótico de Lima da primeira segunda-feira útil do ano.

Era dia de pegar estrada e ir no contrafluxo, seguindo para o litoral e depois para as Cordilheiras Brancas, em Huaraz. Antes, porém, tínhamos um último compromisso na capital. Conhecer Pamela Tello, chef do Restaurante Nanka e embaixadora do Brasil Food Safaris no Peru.

Como já dissemos antes, o Brasil Food Safaris foi criado pelo chef brasileiro Paulo Machado para levar as pessoas a conhecerem gastronomia local, em várias partes do mundo. Tem tudo a ver com o Provando o Mundo, não é mesmo? Você não precisa sair em uma aventura gastronômica pelo mundo como a gente para poder conhecer cozinha regional de alguma parte do globo. Se você quiser ter uma experiência local interessante sobre gastronomia, ele leva você. E nesse mesmo espírito de desbravar e estar em contato com o produtor e o cozinha local é que Pamela nos levou para conhecer um pouco do produtos vendidos no Mercado Monterrico.

                                                     A cicerone do Brasil Food Safaris em Lima nos apresentando o ceviche de conchas negras

É um mercado público pequeno, mas muito bonitinho, frequentado basicamente pelos moradores locais. Pamela mesmo nos disse que passeia por ali desde muito pequena. Chama os vendedores pelo nome e também pelo nome reconhece os mais diversos produtos e frutas peruanas como a lúcuma, a guanábana, o camo camo, a banana rosa, o milho morado,…

                                                                                 Lúcuma, muito usada para fazer doces e sobremesas

Lá provamos pela primeira vez o ceviche de conchas negras, preparado com o molusco ainda vivo. A cor do prato é incrível, negro como a tinta de lula. Provamos também uma versão tradicional, picante e refrescante, servida com camote e zarandaja, uma espécie de feijão branco.

                                                                                                       Ceviche clássico com zarandajas

Bem, depois do breve passeio, pegamos estrada. Para sair da cidade foi um sufoco. O trânsito nos arredores do centro de Lima já estava pesado.

[Tem vídeo mostrando a nossa visita ao mercado! Dá o play!]

No trajeto fomos parados pela polícia federal peruana que educadamente nos mandou seguir viagem depois de ver nossos documentos.

Chegamos em Barranca perto das seis da tarde. Barranca é uma cidade litorânea conhecida gastronomicamente falando por servir o melhor Tacu Tacu do Peru. É no restaurante Tacu Tatu que ele é oferecido aos turistas que vem de todas as partes para saboreá-lo.

Contudo, diante do horário, tivemos que deixar o programa para o dia seguinte. O restaurante abre diariamente das 10 da manhã às 7 da noite e já estava por fechar. O horário de funcionamento é bem curioso pra nós brasileiros, mas não é pouco comum que os restaurantes abram às 9 ou 10 da manhã no Peru. Não é que as pessoas almocem cedo por aqui, mas eles tem costume de comer algo bem substancioso nesse horário…depois ainda almoçam.

Como não havíamos almoçado, apenas compartilhado em cinco pessoas dois pratos de ceviche, fomos caminhando pelas ruas de Barranca a procura de um lugar para jantar.

Um restaurante montando em uma garagem servia o menu com prato de entrada e principal por apenas 7 solis. O lugar era limpo e a comida parecia boa. Pedi uma entrada de salada de palta e um frango à milanesa. Vinicius pediu uma sopa e carne de cabrito. Não demorou muito para que eu percebesse o erro cometido.

Uma forte dor no estômago seguido de um desarranjo me fez colocar pra fora tudo que eu havia comido. Coloquei a culpa na salada de folhas cruas… como teria sido lavada e acondicionada?

Trabalhar com comida é uma grande responsabilidade. Pudemos ver em alguns estabelecimentos que não há muita preocupação com o manuseio dos alimentos. Portanto, se você não está em uma viagem investigativa sobre sabores e cultura gastronômica, tome cuidado com o que e onde você come.

Por outro lado, não se prive de todas as experiências. Um alimento frito na hora ou cozido por muito tempo, como os caldos, possivelmente não conterá fungos ou outas substâncias tóxicas.

Fui dormir prometendo para mim mesma que teria mais cuidado na escolha do prato a partir de então. Passar mal durante a viagem não tem graça nenhuma.

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