Depois de um dia cansativo conseguimos dormir bem e descansar pra seguir conhecendo El Salvador. Pela manhã conhecemos Elisa, noiva de Camilo, Mario, seu primo, e os dois tios que dividem a casa em que fomos acolhidos. Quer dizer, ficamos na nossa casinha, mas no quintal deles, um espaço grande e seguro, vigiado por dois “tchutchus” (é assim que chamam cachorros em EL Salvador).
Logo nos preparamos para sair. Tínhamos compromisso com Jorge e Otto, dois chefs que amavelmente nos levaram a um dos mercados públicos da cidade para nos mostrar a riqueza e diversidade de produtos consumidos em El Salvador. É verdade que alguns deles não são produzidos no país, mas importados, especialmente da Guatemala. É o caso da uva gigantes!
Mas estávamos lá pra conhecer os produtos autóctones e foi uma surpresa atrás da outra. Não só vimos como provamos a maioria deles. Só para citar alguns exemplos, provamos Mamei, um tipo de pêssego gigante muito saboroso; Jícama, um tubérculo com bastante água e consistência de pêra; Néspero, o nosso sapoti; Rocote, uma ameixinha com gosto que lembra acerola; Mamoncilho, bem similar a nossa jabuticaba, que aliás Jorge jurou de pé junto que também existe em El Salvador.



Claro que não resistimos e comemos uma pupusa feita com Loroco, a flor comestível que conhecemos no dia anterior e que tanto nos fascinou. Pra acompanhar, Horchata, o refresco feito arroz, leite, baunilha e canela. Fora isso ainda provamos queijos e uma dezena de doces e biscoitos típicos do país. A grande maioria leva rapadura!


Depois desse rico passeio pelo mercado fomos ao restaurante El Rodizio, da simpática Roxana. Apesar de nunca ter estado no Brasil Roxana é fã da nossa cultura e gastronomia e resolveu abrir um estabelecimento dedicado a elas. No cardápio, além de rodízio de carnes, há moqueca, bobó, coxinha e brigadeiro. Caipirinha também, é claro. O que provamos no final foi feijoada!

Com toques salvadorenhos matamos um pouco a saudade de casa. A feijoada leva carne bovina além da suína e a farofa não era feita com farinha de mandioca, ficando diferente do que acostumados a comer no Brasil. Mas o que vale é a intenção. E se na comida falta alguns ingredientes pra reproduzir com exatidão nossos sabores, na música ambiente não há dublagem, quem canta é o legítimo Roberto Carlos.
Pra completar nossa quinta feira maluca atrás da gastronomia servida em El Salvador, fomos parar no La Pampas El Vulcán, uma franquia de carnes super bem conceituada na cidade.
Com quatorze lojas em todo país e uma na Nicarágua, La Pampa tem conceito elevado pela qualidade da comida e do serviço prestado. Fora isso o local é lindo, com jardim enorme e muito bem cuidado e com vista para cidade. Um lugar especial e tranquilo pra quem quer fugir do caos da capital San Salvador.
Tivemos autorização para conhecer a carniceria, onde são feitos os cortes de carne que são servidos no restaurante. O quarto frio é bem organizado, asseado, assim com a área quente. Os funcionários usam tocas e máscaras durante o preparo dos alimentos para evitar qualquer tipo de contágio.
O prato que provamos é chamado de Paperito Mixto, churrasco acompanhado de camarões GG assados na brasa com um toque de alho. Acompanhavam legumes feitos no vapor, bem al dentes e saborosos. Tinha até brócolis, algo que fazia muito tempo que não comíamos!



Depois desse espetáculo apresentado pelo La Pampa voltamos para casa de Camilo. Mas não ficamos muito tempo lá não. Camilo nos levou pra conhecer outra parte da cidade, o Parque dos Renderos. O que tem por lá? Uma centena de barraquinhas vendendo comida! Sim, o dia foi cheio e a dieta ficou comprometida. Tudo por uma nobre causa: comer mais pupusas! Mario e Elisa se juntaram a gente e assim passamos divertidos momentos na companhia dos novos amigos nas horas finais dessa quinta-feira cheia de sabores!