Dia 226 – 15 de abril – Domingo: Chegando em Honduras

Como foi cruzar a fronteira da Nicarágua para Honduras

Nossa saída da Nicarágua foi bem mais sossegada que a entrada.

[Sabemos que nossos relatos de entrada e saída das fronteiras podem ser um pouco chatos para quem acompanha nosso diário de bordo, mas achamos que essas informações podem ser valiosas para quem está na estrada ou quem está planejando fazer uma viagem como a nossa]. 

Cruzamos a fronteira em El Espino, uma das três fronteiras possíveis para chegar à Honduras. Passamos por uma breve revista no carro, sem a necessidade de tirar ou mover nada. O fiscal da aduana deu uma olhada pra dentro do carro e assinou o papel de permissão que nos foi entregue na entrada do país. Depois fomos até o guichê dentro do prédio da imigração e fizemos a saída oficial do veículo da Nicarágua. Metros à frente passamos pela imigração para registrar a nossa saída. Nenhum carimbo foi colocado no passaporte, apenas nos foi entregue um bilhete que ficou retido na entrada de Honduras. Além desse bilhete, nos entregaram um recibo no valor de U$4 correspondente ao valor que pagamos de imposto de saída (U$2 dólares por pessoa). Ainda na saída da Nicarágua nos perguntaram se estávamos portando a carteirinha internacional de vacinação contra a febre amarela.

Saindo da Nicarágua, entrando em Honduras
fronteira Nicarágua Honduras
Já do lado Hondurenho

Para entrar em Honduras foi super tranquilo também. Antes mesmo de chegarmos ao prédio da imigração, a polícia nos parou e solicitou os passaportes. Nessa ocasião, retiveram a declaração da aduana em relação ao carro e o recibo de pagamento da saída da Nicarágua. Autorizada nossa passagem, iniciamos os trâmites de entrada no novo país. Os atendentes na aduana e imigração eram muito simpáticas. Primeiro demos entrada nos passaportes: solicitaram o comprovante e vacina contra a febre amarela e o valor de U$3 dólares por pessoa. Mais um país que cobra uma taxa dos estrangeiros que querem passar por seu território.

fronteira Nicarágua Honduras
Sem filas na aduana de Honduras

Para ter a permissão de ingresso com o carro é preciso pagar U$42. Essa autorização é válida por 90 dias e não há possibilidade de fazê-la por tempo inferior. Além de pagar a taxa, é preciso apresentar na aduana:

  • uma cópia do documento do carro;
  • uma cópia da página principal do passaporte do proprietário;
  • duas cópias da página onde foi carimbada a entrada no país;
  • duas cópias da permissão de entrada no país, o papel que o agente preenche e te entrega na hora.

Há tendas que fazem fotocópias por todos os lados. É só perguntar. Depois é preciso voltar à aduana com todas as cópias, pagar o valor de U$42 e está pronto. Além da cédula de permissão de ingresso com o carro, um carimbo de entrada do veículo é colocado no passaporte do proprietário. Não é preciso passar por fumigação, nem contratar seguro obrigatório.

Apesar de parecer trabalhoso, foi muito sossegado;Não havia fila, as pessoas estavam de bom humor e foi tudo feito num instantinho. Dureza mesmo é ter que pagar todas essas taxas!!

fronteira Nicarágua Honduras
Lempiras, a moeda local

Depois dos trâmites seguimos para Tegucigalpa, a capital de Honduras. Talvez por ser domingo, não pegamos tanto tráfego na estrada. O único inconveniente foram as paradas em razão da reforma e ampliação das rodovias. Além disso, muito lixo espalhado – assim como na Nicarágua –  nos aborreceu um pouco. Em contraste vimos alguns geradores de energia eólica e enormes painéis de energia solar.

Chegamos na Capital por volta das duas da tarde e a primeira coisa que nos chamou atenção foi a segurança armada nos postos de combustíveis. Não são seguranças com um revólver como estamos acostumados no Brasil. Eles seguram fuzis e ficam caminhando com a arma em punho de um lado para o outro. É bem intimidante no começo!

Recebemos dezenas de alertas para termos muito cuidado ao passarmos pelo país. E não é pra menos. É em Honduras que fica San Pedro Sula, a cidade considerada entre 2011 e 2014 a mais violenta de todo o mundo.

De San Pedro Sula passamos bem longe e em Tegucigalpa tivemos o grande privilégio de sermos recepcionados por Wilmer e Milene. Ele, salvadorenho; ela, brasileira de Minas Gerais. Na companhia dos novos amigos nos sentimos super seguros!

No mesmo dia saímos com o casal e seu filho de seis anos, o Gabriel, para provamos baleada, o prato icônico do país. Por uma triste ironia da vida, reza a lenda que a baleada tem esse nome porque era um prato preparado por uma senhora que fora baleada em um tiroteio na costa atlântica de Honduras. As pessoas passaram a fazer referência à baleada quando queriam dizer que iriam comer na barraca da infeliz cozinheira.

Hoje é possível encontrar baleada por todos os cantos de Nicarágua, de barracas de rua a grandes lanchonetes. Como estava chovendo, Wil nos levou a um drive thru para comprar baleadas, acreditam? Sensacional, né?

A baleada nada mais é que uma tortilha de farinha de trigo recheada. A tradicional leva feijão vermelho moído e queijo ralado, mas é possível encontrar de outros sabores, como com chicharrón, ovos, abacate… É um lanche rápido e gostoso pra fazer no final da tarde.

Depois Wil e Milene ainda nos levaram para dar uma volta em dos shoppings da capital e lá dentro, em meio às lojas de marcas conhecidas e inúmeras cadeias de fast food, era impossível dizer que estávamos em um dos mais pobres e violentos países da América Central.

fronteira Nicarágua Honduras
Snack saudável preferido dos hondurenhos e outros povos das Américas: manga verde com sal, pimenta e molho inglês.

Na praça de alimentação, muitas cadeias de comida americana. Pra não sairmos de lá sem provar nada típico, provamos a manga verde salgada. Wil adora e Milena já aderiu à preparação que parece estranha aos olhos brasileiros. Mas é só perder o preconceito e provar pra descobrir que a manga não precisa ser madura para ser gostosa.

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