7 DICAS PARA AJUDAR VOCÊ A ESCOLHER SEM ERRO ONDE E O QUE COMER NA ITÁLIA

É só fechar a compra da passagem área para a Itália que já começamos a sonhar com massas frescas feitas pela nonna, com pizzas individuais gigantes de presunto cru com funghi porcini e sorvetes cremosos de pistache e Nutella.

Se você está de malas prontas para a Itália, saiba que em qualquer cantinho do país é possível dar de cara com uma iguaria culinária preciosa que fará você querer voltar muitas e muitas vezes para o mesmo destino. 

Mas aqui vai um alerta de amigo: apesar da gastronomia ser um assunto do cotidiano dos italianos, engana-se quem pensa que em qualquer estabelecimento da Itália come-se bem. Mesmo estando no país em que a comida é levada muito a sério, não é difícil cair numa cilada e ter sua viagem lembrada por um jantar caro e meia boca. 

Depois de um ano rodando de Norte ao Sul da Itália degustando pratos ótimos e outros nem tão bons assim, reunimos 7 dicas para ajudar você a escolher – sem erro – onde e o que comer durante a sua viagem na Itália. 

Confira agora mesmo e descubra como ter ricas e autênticas experiências gastronômicas na Itália. 

1- Experimente os pratos típicos da região

Temos uma revelação a fazer: a culinária italiana não é feita apenas de massa, lasanha e pizza. Apesar de ser uma das culinárias mais difundidas e adoradas do mundo, a verdadeira cozinha tradicional italiana é praticamente desconhecida. Quer um exemplo? No seu restaurante italiano preferido no Brasil você encontra vitello tonnato, orecchiette alle cime di rapa ou arancini para provar? Fora da Itália nós nunca tínhamos ouvido falar dessas preparações e olha que são pratos tradicionalíssimos da cozinha do Piemonte, Puglia e Sicília. A culpa da desinformação é da tamanha diversidade culinária que a Itália contempla. Até mesmo os italianos de uma região desconhecem a gastronomia da cidade vizinha! É sério! Por isso o país é um um prato cheio para os amantes da boa comida e uma oportunidade única de provar sabores que você nem sabia que conhecia. 

Os pratos típicos italianos seguem receitas muito antigas, passadas de geração em geração e aperfeiçoadas ao longo do tempo num determinado lugar. Além disso eles são feitos com ingredientes locais que não terão o mesmo sabor em nenhuma outra região do mundo. Nossa dica é que, antes de chegar na Itália, você faça uma rápida pesquisa sobre os pratos típicos do lugar onde você irá visitar. Chegando lá, divirta-se explorando os sabores do local e fuja dos restaurantes que servem comida italiana “genérica”, especialmente nas grandes cidades turísticas. 

Para alguns italianos, pedir comida típica de outros lugares é considerado gafe imperdoável ou mesmo sinal de desrespeito com as tradições locais. Se você não quiser deixar o chef de cozinha chateado não peça Bisteca Fiorentina em Milão, nem Caponata em Veneza, combinado?

2- Escute o que os italianos têm a dizer

Você é daqueles que gosta de uma boa dica de restaurante e tá sempre de olho nos comentários dos outros viajantes aqui na internet? Ótimo, eles podem dar uma boa ideia do que você poderá encontrar ao virar a esquina. Nesse caso, nossa sugestão é: leia a opinião dos viajantes em sites de avaliação de restaurantes, mas se concentre na opinião dos italianos. Eles mais do que ninguém saberão te dizer se a comida vale ou não a pena a visita em determinado estabelecimento. Afinal, você confiaria na opinião de um chinês avaliando uma legítima feijoada brasileira? 

3- Experimente o básico: ele já será incrível

Diante de um menu com setenta tipos de pizzas diferentes, o que você escolhe? Desmistificando a lenda de que só brasileiro faz um samba do crioulo doido sobre a pizza, misturando abacaxi com lombinho ou banana com amendoim e chocolate, ao chegar na Itália você descobrirá que por lá os pizzaiolos também fazem as suas misturanças (ok, talvez não tão criativas quantos as nossas). Nessa hora, o truque para não errar na escolha é pedir o básico ou uma combinação que você já conheça. Os ingredientes na Itália terão sabores diferentes daqueles que você está acostumado a comer no seu país de origem. O queijo fontina, por exemplo, poderá não te agradar de cara, apesar de ser apenas queijo. Portanto, antes de se encantar por uma pizza de salame picante, gorgonzola e pancetta ou de abóbora com linguiça, vá de margherita, presunto cru ou na clássica mozzarella que não tem erro!

4- Escolha restaurantes com cardápios reduzidos

Essa dica vale para a Itália e para qualquer lugar do mundo. Restaurantes com cardápios enxutos costumam ter ingredientes mais frescos por conta da alta rotatividade dos pratos. Num cardápio com quarenta opções onde uma delas só é vendida duas vezes por semana as chances de que ela esteja congelada por um bom tempo é grande. O cardápio pequeno também indica que o chef tem a inclinação de trocar os pratos do menu com maior frequência, o que geralmente está associado a um profissional que gosta do seu ofício e está sempre buscando novidades. Outra vantagem de um cardápio enxuto é que o serviço costuma ser mais ágil. As chances são maiores da sua comida chegar quentinha.

Se o restaurante não tiver o cardápio exposto do lado de fora (o que só é comum em cidades maiores, turísticas), peça para dar uma olhadinha no menu sem cerimônias. Os italianos têm fama de serem broncos, mas são minoria. Nada que um buongiorno enfático e um sorriso no rosto não resolva.

5- Conheça os Agriturismos

Há uma infinidade de tipos de estabelecimentos que servem comida na Itália: trattorias, osterias, ristorantes, cantinas e até bares têm opções de happy hours que podem tranquilamente substituir um jantar. Mas foi indo mais para o interior que conhecemos os Agriturismos, um conceito diferente de empreendimento do ramo alimentício existente na Itália que é bem interessante. Eles estão afastados dos grandes centros e, em geral, estarão dentro de um espaço bonito como antigas mansões ou até castelos em meio à natureza. Não se preocupe, é tudo de fácil acesso (em geral, ruas asfaltadas te levarão até um agriturismo). Nesse lugar são desenvolvidas atividades agroturísticas que compreendem não apenas a estrutura de restaurante, como de pousada e atividades enogastronômicas (cultivo de uvas, fabricação de queijos, horta, etc.).

O interessante é que os agriturismos tem obrigação, por lei, a servir refeições utilizando produtos locais, preferencialmente produzidos no próprio agriturismo ou em localidades próximas. Como não se trata de um restaurante propriamente dito, os agriturismos não costumam ter cardápios. Eles criam um menu completo (com entrada, primeiro, segundo e sobremesa) de acordo com os alimentos disponíveis na estação e cobram um determinado preço (algo em torno de 25 euros) que costuma incluir vinho à vontade. Uma experiência gastronômica sem igual! Você encontrar um agriturismo próximo do seu local de visita com busca simples pelo site de busca ou em agriturismo.it 

6- Osterias Slow Food: opções boas e baratas

Para quem é mais urbano ou não tá afim de pegar um carro para conhecer um agriturismo, uma boa opção são as Osterias que levam o selo Slow Food. Esses estabelecimentos fazem parte de um guia, como o famoso Michelin, porém, nesse caso, tratam-se apenas de restaurantes populares onde as excelentes matérias-primas da região são oferecidas em pratos que remetem às tradições antigas a um preço acessível. A grande parte das Osterias possuem gestão familiar, o que faz com que você se sinta como um convidado especial na casa dos italianos. Através desse link você encontra o nome das Osterias que figuram no guia, separadas por região: https://www.slowfood.it/osterie-ditalia-2019-tutte-le-chiocciole-delledizione/

[Conheça algumas Osterias Slow Food que conhecemos em nossa passagem pela Itália clicando aqui e aqui!]

7- Certifique-se se a sorveteria é mesmo artesanal

Todo sorvete italiano é bom? Não mesmo. Assim que se toma um autêntico gelato italiano nunca mais você irá querer outro tipo de sorvete. O gelato é cremoso, é geladinho na medida certa e tem sabor natural e intenso da fruta, da castanha, do chocolate ou seja lá qual for o seu sabor preferido. Infelizmente não é sempre assim que ele se apresenta. Já provamos sorvetes na Itália cheios de cristais de gelo, muito gelado, muito doce e sem sabor evidente de coisa nenhuma.

A boa notícia é que a maioria dos lugares terá um bom gelato para oferecer. Mas se você não quiser cair na roubada de tomar sorvete ruim na Itália a primeira dica é dar uma espiada no local. Como está disposto o sorvete? Está escondido ou está exposto em voltinhas lindas numa vitrine refrigerada? O sorvete escondido em geral não foi fabricado no dia, muito menos artesanalmente no local da venda. Ou seja, é só mais um sorvete. Já se o sorvete apresenta voltinhas irregulares indicam que ele foi retirado manualmente da máquina com uma espátula ali mesmo no lugar. Outra coisa: consegue ver o maquinário no fundo da sorveteria? Bom sinal.  Se esses dois requisitos estiverem atendidos, passe para a próxima fase e peça para provar antes de comprar o sorvete. Seus olhos podem ser enganados, seu paladar não.

A dica bônus para quem quer acertar em cheio onde gastar o seu rico dinheirinho na hora de comer é não deixar o estômago comandar sua decisão. Com fome, o primeiro pedaço de pizza gorduroso e duro que você der de cara em uma vitrine pelas ruas de Nápoles lhe parecerá tentador. 

Lembre-se que como um passeio a um museu ou a um monumento histórico, a comida é uma parte importante da sua viagem, não só pelo aspecto nutritivo, mas pela carga cultural que ela carrega. Planeje seu próximo destino gastronômico com carinho e se precisar de ajuda, conte com a gente!

Abraços e até o próximo post!