Dia 209 – 29 de março – Quinta-Feira: Costa Rica!

Antes tarde do que nunca, diz o ditado. E nunca é tempo demais para não conhecermos a Costa Rica! Há tempo escuto falar desse destino que atrai multidões de turistas persuadidos por seus encantos naturais e sobretudo por sua posição no topo do ranking que mede a felicidade da população de um país.

Mas felizes mesmo estávamos nós! Pegar estrada novamente, conhecer uma nova cultura, novas pessoas e, claro, novos sabores. Ou velhos sabores (porque não?), mas com outros nomes, em outras preparações, nas mãos de novos personagens.

Era hora de seguir com nossa aventura gastronômica de volta ao mundo!

Acordamos cedinho e preparamos nosso café pela última vez no Taller Luche, a oficina que foi nossa casa nos últimos dez dias. A despedida da família foi rápida pra não dar margem a sentimentos tristes que inevitavelmente afloram quando chega a hora de dizer adeus.

Em menos de uma hora chegamos na fronteira e em um pouco mais de uma hora fizemos todos trâmites de saída e entrada. Às dez e meia da manhã já estávamos em solo costarriquenho.

Tchau Panamá! Até a próxima!

Cruzar a fronteira de Paso Canoas teve suas peculiaridades. Um pouco mais de burocracia, um pouco mais de malandragem.

Na saída do Panamá um senhor muito cortês, usando um crachá com as cores da bandeira do Panamá, sinalizou onde deveríamos dar a saída do nosso carro. Quando nos dirigíamos até a fila (onde não havia mais que duas pessoas), pegou o papel que estava em nossas mãos e “agilizou” o processo entregando-o diretamente à pessoa responsável do outro lado do guichê.

Rapidamente o papel foi devolvido com o carimbo necessário. Nessa hora Vinicius, desconfiado, perguntou se o senhor trabalhava para a aduana e ele disse que não, que “ajudava” a fazer os trâmites. De pronto Vinicius disse que não precisava de ajuda.

O cara com crachá e com cara de bonzinho fica lá pra “agilizar” a papelada para os gringos e cobrar depois pelo serviço. Tem que ficar de olho aberto!

Contratando o Seguro Obrigatório

Bem, depois de passado o carro pela revista (que não levou mais que 20 segundos) e carimbada a saída nos passaportes, entrar na Costa Rica foi simples, mas chatinho.

Para nós, nenhuma exigência maior, nem a carteirinha de vacinação internacional contra a febre amarela nos foi pedida. Somente perguntas de praxe como o que fazem, para onde vão, quantos dias irão ficar no país e pá, carimbado o passaporte com visto de permanência por 90 dias.

Já para o processo de entrada do carro, foram feitas algumas exigências a mais do que nos outros países: o seguro obrigatório já deve estar pago no momento da apresentação dos papéis na aduana (o seguro nos custou U$45,00); cópia dos passaportes dos condutores com o carimbo de entrada no país e do documento do carro também devem ser apresentados nesse momento; a liberação do carro é feita mediante uma rápida revista pelo agente da aduana.

Ah, antes de passar por todo o processo, o carro foi fumigado.

Terra sem dono: território entre as fronteiras. À esquerda, o local onde o carro passa pela fumigação.

No mais, pura vida!!

Seguimos pela costa do pacífico em sentido à capital, San José. Paramos na praia de Uvita para dar uma espiada e nossa visita durou menos de 5 minutos. Era quinta-feira santa e feriado é sinônimo de praia lotada no Brasil e também na Costa Rica. Então vazamos!

Costa Pacífica da Costa Rica. Sob a sombra das árvores dezenas (ou centenas) de famílias curtiam o feriado da semana santa.

Percorremos alguns quilômetros a mais e começamos a procurar um lugar seguro para pernoitar. Certamente não seria na praia. Vinicius, em um dos seus rompantes, desviou à direita e pegou uma estrada de terra cercada por imensas palmas de onde se extrai o azeite de dendê e o óleo que é colocado nos alimentos. Ele seguia a placa que dizia “Recanto das Tilápias”.

Foram dez minutos para chegar ao tal recanto. Quando nos demos conta já estávamos falando com o responsável para saber se podíamos estacionar e passar a noite por lá. Ao saber do nosso projeto e que vínhamos dirigindo desde o Brasil, foi só o tempo do gerente dar uma espiadinha no nosso carro para permitir nossa breve estadia “com o maior prazer“.

O lugar era muito agradável, com muito verde, árvores imensas e esquilos brincalhões. Mais uma vez Vinicius acertou em cheio!

Com uma hora a menos em relação ao Panamá, logo a noite caiu e o dia acabou com uma cerveja gelada em comemoração ao bom desempenho do motor do carro e a nossa chegada ao país de número cinco na nossa aventura de volta ao mundo!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *