Dias 355 a 359 – 22 de agosto a 26 de agosto | Brisket X Picanha

Dallas é uma das maiores cidades do Texas. O skyline é formado por grandes arranha-céus de prédios modernos, espelhados, com os mais diversos formatos. Pontes estaiadas completam o cenário metropolitano de Dallas que se misturam aos mais loucos e compridos viadutos que já vimos.
Foi no coração de Dallas que ficamos hospedados por 3 noites, mas confessamos: da cidade não vimos muito. Aproveitamos para trabalhar no projeto no conforto do ar-condicionado. Fazia muito calor durante o dia e mesmo depois das sete da noite, quando saímos para jantar, a temperatura continuava alta.
Mas enfrentar o calor forte tinha um excelente motivo. Fomos provar o famoso brisket texano, o churrasco defumado por doze horas que é famoso no mundo todo.
Monica nos levou pra conhecer o LockHart, um restaurante típico, lotado, com fila imensa pra pegar a carne. Uma loucura. E uma delícia também.
Provamos o brisket e também a costelinha de porco, ambos muito bons, como uma boa carne suculenta, desmanchando na primeira garfada.
Molhos barbecue, com mostarda, picles, cebolas curtidas ficam a disposição pra acompanhar a carne. Mas nem tudo é assim tão bom. O pão que vem com a carne é -pra dizer o mínimo – vegonhoso. Pão de sanduíche sem sabor e sem consistência. Ah, umas tortilhas mexicanas aí fariam uma grande diferença no final, um pão italiano também, um pão pita então! Com uma farofinha ficaria perfeita!
brisket picanha
Visão noturna do skyline de Dallas
Dallas
O Giant EyeBall, ponto turístico  no Centro de Dallas

 

Deu Brasil no Texas
Brisket Texano: carne assada e defumada por horas e horas
brisket texas
Smoke House: provando o brisket na companhia de Monica
Mas nem todos os lugares costumam servir o barbecue com pão. Em geral as carnes vem fatiadas e bisnagas com molhos diferentes vem pra dar um toque a mais. No dia seguintes fomos em outro restaurante provar uma vez mais o churrasco defumado texano.
Dessa vez pedimos pulled pork e nada de pão para acompanhar (só uma rodelinhas de picles). Mas a carne é mesmo muito saborosa. Mesmo sem uma farinha de mandioca, não tem como não gostar.
Texas
Snack típico americano com toque Texano: tortilhas de milho e queijo fundido com lascas de brisket defumado
brisket picanha
Pulled Pork com molho barbecue
É claro que estou de brincadeira com a história da farofa! Mas é que depois de tanto tempo longe do Brasil, começa a bater uma nostalgia, uma saudade dos produtos da nossa pátria. Até é possível encontrar produtos brasileiros por aqui (é possível encontrar qualquer coisa nos EUA!), mas não estamos dispostos a pagar 2 dólares por um sonho de valsa.
A nossa sorte, e quando digo sorte quero dizer muita bendição, é que mais uma vez o Universo tramou a nosso favor.
Uma mensagem inocente do Vinicius em de seus grupos de whatsapp o conectou com duas colegas de Universidade, uma delas atualmente morando em Dallas e a outra, em Houston, a nossa próxima parada.
E se o destino assim o quis, na sexta-feira, quando deixamos o centro de Dallas, percorremos meia hora para encontrar Naomi. Já era hora do almoço e ela preparou uma comidinha bem gostosa pra gente. E o que mais havia lá? FAROFA. Sim, farofa made in Brasil, daquelas prontas que costumamos achar em qualquer esquina do nosso país.
Uma visita rápida à Naomi – trocando ideias sobre Florianópolis, Brusque, Blumenau, Navegantes e as cidades que fizeram parte das nossas vidas – foi suficiente para trazer a sensação de estarmos no Brasil outra vez.
Mas isso foi só o aperitivo. Quando chegamos na casa de Fernanda e Maurício, – isso já em Houston, depois de mais de 5 horas de viagem -, a festa brasileira durou dois dias. Churrasco com linguicinha, picanha, maionese, queij0 coalho, pão de alho, amendoim japonês, paçoquinha, bombom ouro branco… esses foram os sabores desse reencontro de Universitários que estavam há 15 anos sem se ver.
deu Brasil no Texas
Fazendo farofa na casa da Noemi
deu Brasil no Texas
Churrasquinho em Houston: bom demais sô!
brisket picanha
Matando a vontade de Ouro Branco
Impressionante a quantidade de brasileiros vivendo fora do país, especialmente nos EUA. E o mais triste é que as razões que levam as pessoas a deixar o Brasil sempre envolvem as palavras segurança, oportunidade, educação.
Vendo de perto a realidade dos nossos compatriotas e também dos mexicanos e italianos que conhecemos que decidiram viver nos EUA – apesar das facilidades do primeiro mundo-, a adaptação a uma nova cultura nem sempre é fácil. Se envolve crianças, mais difícil ainda. Preconceito com os “forasteiros” existe sim, e ele é maior quanto mais escura for sua pele.
Movimentos demográficos sempre aconteceram no mundo, seja por conta da guerra, da fome, do desemprego, da violência. Aconteceu antigamente com os italianos, cubanos e vietnamitas. Acontece hoje com os venezuelanos, sírios e, porque não dizer, brasileiros.
Infelizmente.
Ninguém quer ficar longe das suas raízes, de onde se sente em casa, de onde tem seus amigos e família. Mas todos querem ter e dar uma boa condição de vida à sua família e ninguém, de nenhuma nacionalidade, deveria ser julgado por isso. É só nos colocarmos em seus lugares, nos lugares das PESSOAS (que não tem culpa de terem nascido em um território conflituoso) e esquecermos dos limites políticos criados pelos GOVERNOS. Um sírio ou chinês tem o mesmo direito a uma vida digna e feliz. Antes de sermos brasileiros, americanos ou israelitas somos pessoas, umas iguais as outras, com as mesmas necessidades e medos…com os mesmos sonhos de viver uma vida plena, onde quer que estejamos.

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