O calor nos saudou logo cedo. A previsão de chegada aos 40ºC nos remeteu imediatamente à nossa querida Blumenau que por essa época fica extremamente quente.
Passamos a manhã trabalhando um pouco e conversando com o Simón, que atingindo a casa dos setenta, possui invejável disposição. Ele nos pediu licença e saiu por instantes para levar almoço para uma amiga enferma. Na volta nos trouxe encebollado, um caldo muito típico do Equador, feito com mandioca e peixe. Vinicius adorou, mas só comeu metade porque q porção era gigante! Eu acabei não comendo porque na verdade ainda estava satisfeita do almoço do dia anterior e já imaginava que nosso próximo compromisso em Guayaquil seria igualmente farto.
Fartura, pra ser justa, só descreve uma parte da nossa jornada gastronômica guiada pelo talentoso chef Juan Carlos Ordoñez Mendonza. A frente do Hotel del Parque e do Restaurante Casa Julián, ele tem a missão de entregar excelência tanto na hospedagem quanto na mesa e não foi menos do que isso que constatamos na deliciosa experiência que tivemos por lá.
O lugar é lindo, uma propriedade restaurada do século XIX cravada no centro do Parque histórico da cidade, toda rodeada pelo verde e decorada com os mais diversos tipos de orquídeas. O atendimento é fabuloso, gentil, prestativo e discreto. As acomodações são simplesmente um desbunde. Decoração fina, limpeza impecável e amenidades para fazer você não querer sair do quarto.
Perfeito para relaxar!
Mas…e a comida?
Com a proposta de apresentar pratos típicos do país de uma maneira diferente, chef Juan Carlos apresenta um cardápio que representa, mais do que a culinária de Guayaquil, mas uma leitura da gastronomia contemporânea baseada nas tradições e costumes de todo Equador.
Nossa aula de cozinha equatoriana começou com um Ceviche misto típico da região de Jipijapa, feito com polvo, camarões, atum, amendoim, milho tostado e pepino. Parece estranho? Parece, mas só até levar o garfo à boca. Depois estranho vai ser você não querer comer o prato até o final. Incrível como o amendoim casa bem com os frutos do mar!
O segundo prato foi uma passagem pela cidade de Manabi, onde se servem ricos corviches. Se nunca ouviram falar, talvez seja a hora de procurar mais a respeito. É um bolinho feito com banana e amendoim que na versão original vem recheado, mas na releitura de Juan Carlos, o recheio ganhou status de cobertura. Na porção são servidas três versões, com mariscos, carne de porco e pato confitado. Uma melhor que a outra.
E não é que bolinho de banana com amendoim fica bom? O terceiro e último prato trouxe a tradição da carne de porco, muito consumida na serra equatoriana. Na proposta do cardápio da Casa Julián, a costelinha de porco veio acompanhada de llapingachos, o bolinho feito com purê de batatas que já havia conquistado nossos paladares lá em Cuenca.
E pra fechar com chave de ouro, provamos não uma, mas três sobremesas da carta do restaurante, uma melhor que a outra e vice versa. A primeira trazia a banana como ingrediente principal, a segunda, o chocolate e a terceira, o queijo.
Assim o chef prestigiou os produtos mais emblemáticos do seu país para elaborar os doces que após prová-los te fazem acreditar verdadeiramente que não há nada no mundo melhor do que comer bem.
Assista nossa jornada gastronômica no Equador! [Foi demais!]
Que “presença” de cultura e tradição tem a Gastronomia Equatoriana, os doces consigo encontrar um paralelo em nossa cultura local… parabéns, grato por nós levar neste passeio!
Grande De Mendes!! Obrigada por nos acompanhar! Abraços fraternos!