Conhecendo Cuba na companhia da chef cubana Yamelet Magriño
Domingo foi dia de explorar Havana Vieja e em ótima companhia. Yamelet Magriño, chef de cozinha, foi nossa guia por uma dia em Cuba e nos mostrou vários cantinhos dessa cidade fascinante.
Nos encontramos na frente do Capitólio, a construção mais contrastante de Havana Vieja cuja arquitetura foi copiada do Capitólio norte americano. O prédio construído em poucos meses leva dez anos sendo reformado.
É claro que nosso passeio teve muita história e marcos importantes, como o Teatro Nacional de onde discursou o presidente Obana para o povo cubano, o Hotel Inglaterra, a Praça Vieja, o hotel onde ficaram hospedados famosos como Beyoncé e Madona. Mas acima disso foi um verdadeiro tour gastronômico pelas ruas do bairro mais turístico de Havana.
Começamos nossa excursão provando cangrejito, uma massinha de farinha de trigo frita recheada com doce de goiaba. Lembrou muito o nosso sonho e estava bem gostoso. A tenda era estatal, em condições não muito higiênicas, mas como diz o Vinicius, “óleo quente mata tudo”, então mandamos ver.
Depois entramos em uma padaria e confeitaria também estatal e pra nossa surpresa havia uma grande variedade de doces, a grande maioria feita com massa folhada. Sabores como café, creme de confeiteiro e queijo davam vida aos folheados. Provamos ainda uma torta salgada, chamada de empanada (diferente de todas as empanada que vimos ao longo de oito meses e treze países).
Outro doce que provamos foi o masa real, um doce de massa de farinha bem denso, com recheio de goiabada. Yamelet nos contou que costumava comer esse doce na escola, na hora do recreio. Ela se decepcionou um pouco ao comê-lo, já que não correspondia ao sabor que estava em sua memória. O recheio era feito com muita farinha, corante e saborizante artificial, muito provavelmente por falta de matéria prima.
Pra sermos sinceros, todos os doces eram medianos. Nada surpreendente. Grande quantidade de açúcar e sabores artificiais. Como nos explicou Yame, a qualidade dos produtos empregados para prepará-los não são dos melhores.
Mas nossa degustação de comidinhas preparadas pelas mãos dos funcionários públicos cubanos não parou por aí. Provamos ainda chocolates na Casa do Chocolate e hambúrguer de carne de porco, duas das tradições mais fortes em termos de alimentação na capital cubana.
Na casa do Chocolate a degustação ficou um pouco comprometida por conta da escassez de produtos. Um cliclone que atingiu a ilha no mês passado devastou a plantação de cacau e fez cair a produção. Provamos bombons de café e laranja. Bons, mas infelizmente continham mais teor de açúcar do que de cacau.
Durante nossa andança pelas ruas de Havana Vieja ainda vimos o tradicional churros espanhol sendo feito em uma carrocinha do governo e provamos chivirico, uma massa de milho frita, tipo doritos, mas coberta com açúcar.
Por fim provamos hambúrguer feito carne de porco defumada (deu até pra lembrar da nossa “linguiça Blumenau”). Esse é um dos pratos mais consumidos em toda Havana. A venda por menos de U$2, o lanche faz sucesso entre os cubanos que procuram por uma refeição rápida, barata e que sustente.
Depois de comer tudo isso e passar seis horas caminhando ainda levamos pra casa um pé de moleque cubano e uma barra de amendoim tostado e moído que comemos só no dia seguinte, quando a fome apareceu.
Em resumo: os produtos ofertados pelo governo via de regra possuem qualidade inferior e conteúdo nutricional deficitário, mas o preço é bom. Também não podemos nos queixar do atendimento. Os funcionários são cordiais e simpáticos. Apesar da higiene não ser o ponto forte desses estabelecimentos estatais, provamos muitas coisas, em vários lugares diferentes e não tivemos nenhum problema.