Design com pegada artística é tendência nos produtos italianos
Em tempos de instagram, selfies e cursos de branding pessoal, a aparência tem ganhado cada vez mais importância nesse mundo menos real, mais digital. Mas, sejamos justos. Esse novo mundo touchscreen apenas potencializou o que cientificamente já está comprovado há algum tempo: o ser humano é induzido e seduzido pelo o que ele vê.
E, se com as pessoas o invólucro ganha cada vez mais pontos, quem dirá com os objetos!
Pioneiros quando o assunto é venda, os Estados Unidos sabem muito bem a influência do mundo exterior na hora de oferecer um produto. Em qualquer estabelecimento comercial, nos supermercados e nas cadeias de fast food, as cores, as dimensões, as luzes e sons dos ambientes são pensados para que, inconscientemente, as pessoas se sintam atraídas a consumirem mais e mais.
Durante o Terra Madre Salone del Gusto, a embalagem de alguns artefatos também nos chamaram a atenção. Artefatos italianos, registra-se. Na terra do design, onde caminhar com calças amarelas e óculos de armação hexagonal vermelha é absolutamente normal, os produtos alimentícios também vem ganhando uma nova roupagem, um tratamento artístico ou até mesmo fashion.
Ao contrário do que ocorre na América, não creio que na Itália a embalagem passe por longos estudos para saber quais cores vendem mais, quais formatos tem mais apelo comercial. Apenas creio que não! Isso porque na Itália, o país referência mundial quando o assunto é arte, arquitetura e design, o diferente é algo natural, faz parte da paisagem, das vitrines, da vestimenta diária de elegantes homens e mulheres.
Assim, o que percebemos é que na terra que também é sinônimo de gastronomia, a embalagem de produtos alimentícios com cores e formatos diferentes está relacionado mais com ganhar destaque na multidão. Você consegue imaginar quantos produtores de azeite de oliva existem na Itália?
Em certos mercados, como o de balsâmico em Modena, por exemplo, a qualidade não é um diferencial, é uma constante. O produto, por assim dizer, não necessita provar sua essência, mas para atrair o mercado entre milhares de excelentes opções, ele precisa oferecer algo a mais.
Assim, o que acabamos vendo em embalagens de azeites de oliva, acetos balsâmicos e molhos de tomate representam as características mais marcantes do povo e dos produtos italianos: estilo e qualidade. A beleza do mundo externo, nesse caso, representa senão a qualidade do que existe em seu interior.
E aí chegamos no ponto central desse post. A congruência entre o que se vê e o que se leva pra casa é o que dá legitimidade a esse design que enche os olhos. Quando você abre um frasco belíssimo de porcelana pintada a mão, sente o aroma e prova o conteúdo, a sensação é de absoluta sintonia entre o produto e a embalagem. Não é enganação ou só uma boa estratégia de marketing,