Pra quem gosta de história o Panamá é um prato cheio! Entre séculos e séculos o país foi palco de eventos importantes da história mundial, sendo a retomada do Canal do Panamá dos americanos no ano 2000 o mais recente deles.
Bem antes disso, o país foi o ponto de partida para as expedições de conquistas dos outros povos das Américas e principal porta de saída do ouro e prata enviada à Europa.
Tanta riqueza despertou interesse alheio e no século XVII, o conquistador inglês Henry Morgan invadiu o Panamá em busca dos tesouros. Em uma forte investida, a tropa inglesa arrasou a cidade, saqueando e incendiando o que hoje é chamado de Panamá Viejo, um conjunto de ruínas que restaram do ataque.
Nos anos seguintes a cidade foi inteiramente reconstruída longe do local dizimado e atualmente é o maior centro turístico da capital, conhecido como Casco Viejo. Ali o idioma mais falado é o inglês, os cardápios (e também os preços) são para gringo ver. O local é muito bonito, com arquitetura bem conservada, várias praças e igrejas que contam a história do país e tudo isso nos rendeu um belo passeio pela manhã.
Mas a tarde, bem, à tarde fomos atrás do que de verdade nos interessa: os sabores típicos do Panamá!
Quem garantiu uma tarde cheia de novo sabores foi a equipe do Tinajas, um restaurante super tradicional da cidade que além da comida típica é palco para apresentações folclóricas com os lindos trajes típicos da cultura panamenha.
Infelizmente não pudemos assistir ao show, mas de toda forma o espetáculo que queríamos mesmo ver foi apresentado com sucesso nos bastidores: a cozinha.
O chef nos mostrou como preparar o sancocho de galinha, um dos pratos mais consumidos nos países da América do Sul pelos quais passamos nessa viagem. Mas aqui na América Central, ao menos no Panamá, o sancocho é bem mais simples. E nem ouse acrescentar novos ingredientes: qualquer acréscimo e estaremos falando de outro prato, uma sopa talvez, mas não de sancocho.
E o que leva o Sancocho então? Frango, inhame, cebola, alho, sal, pimenta, chicória e orégano. Só. E o que é mais curioso? Com o calor que faz na cidade parece impossível tomar qualquer caldo quente. Mas isso não parece um problema para os panamenhos que tem na ponta da língua a resposta para a pergunta que mais fazemos – qual o prato mais típico do país?
De fato, a temperatura alta das ruas pode ser considerado um parâmetro para o que acontece nas cozinhas. Grande parte da culinária do Panamá acontece em panelas com azeite bem quente, os fritos.
A mais emblemática de todas as frituras certamente é a empanada, feita de milho. Em seguida, vem as carimañolas, os bolinhos de pura mandioca recheados com carne moída.
Assista como foi provar essas delícias diretamente da cozinha do La Tinajas!
No Tinajas provando ainda a outra fritura deliciosa do Panamá. É o croquete de mandioca com queijo fresco misturado à massa. Huuummm!
Mas as empanadas de milho com Tasajo (carne seca), acompanhadas de geleia de cebola estavam pra lá de boas!
E os doces?
Aparentemente o Panamá não tem uma forte tradição em doces. Aliás, os doces que encontramos aqui são em geral os mesmo que já vimos na América do Sul, como o arroz doce e o três leites. Massss, no Tinajas pudemos provar duas outras sobremesas para aumentar nossa lista de doces típicos das Américas:
Primeiro foi o Yuncado, o bolo feito de mandioca e côco ralado com bastante erva doce. E o segundo, não menos gostoso, foi o Mamallena, um pudim feito com pão amanhecido, canela e baunilla.
Assim saímos com a fórmula secreta do tempero no Panamá: simplicidade! Aqui não se vê técnicas sofisticadas, nem ingredientes exóticos. O preparo é simples, sem complicações, bem ao estilo da comidinha caseira que gostamos. Difícil mesmo é manter a forma e o colesterol em dia com tanta fritura. Como eles fazem? Esse segredo ainda não descobrimos!