Dia 195 – 15 de março – Quinta-Feira: O dia em que o motor parou.

Sete da manhã nosso café da manhã com aveia, abacaxi e iogurte já estava pronto. Nos despedimos novamente de Luis, que seguiria para Costa Rica. Despedimo-nos também de Bobby, o viajante solidário, que seguiria rumo a David.

Nós pegamos estrada no sentido inverso, na direção ao caribe panamenho. A estrada não estava muito boa e alguma coisa dizia que a previsão de chegada em quatro horas ao litoral norte do Panamá não passaria de um número no GPS.

Precisamente às 11:30 da manhã, quando faltavam menos de 30 km para chegarmos à cidade de Almirante – ponto de partida para a ilha de Bocas del Toro – nosso carro começou a fazer um barulho estranho.

Paramos, olhamos e nada parecia fora do lugar. Água, óleo, temperatura…tudo ok. Seguimos viagem e o barulho continuava. Algo estava errado. Paramos novamente, abrimos o capô e nada anormal se passava. Sem sinal de telefone ou internet e já estando bem próximos da cidade, seguimos novamente. O barulho não cessou e ficamos preocupados. Paramos outra vez metros a frente e o carro, ainda ligado, desligou sozinho. O motor havia travado.

Sim, o pior dos cenários se desenhava. O coração do carro havia parado de bater. Estávamos em uma rodovia sem acostamento, sem sinal de celular. Por sorte era dia, longe de escurecer e o local parecia seguro.

Fomos em busca de ajuda.

Um senhor que cuidava do gado mais a frente parou um ônibus que passava na estrada e nos disse que o motorista poderia nos ajudar. Explicamos a ele o que havia acontecido. Disse que assim que ele chegasse à cidade, chamaria um mecânico. Agradecemos mas, sem saber se de fato o motorista faria tal gentileza, Vinicius embarcou de carona em uma camionete até um ponto que tivesse sinal de celular. Eu fiquei no carro, a espera do mecânico.

Se acostamento, sem eira, nem beira.

Mais de uma hora depois, Vinicius retornou de ônibus e logo em seguida chegaram os mecânicos.

Uma única tentiva de ligar o carro foi suficiente para o diagnóstico: o motor foi para o espaço. Uma tal de biela poderia ter partido…o fato é que só abrindo o motor para saber o que realmente havia acontecido.

Das opções que tínhamos naquele momento, nos pareceu mais acertado seguirmos para Almirante e honrar nossos compromissos dos próximos dias enquanto pensávamos como e onde iríamos consertar o motor do carro.

O mecânico nos rebocou até sua oficina. Ali deixamos nosso carro e seguimos para a ilha de Bocas del Toro. Já passavam das seis da tarde quando finalmente chegamos ao Hotel.

Esgotados, tomamos um bom banho, nos arrumamos e, apesar da gravidade do nosso problema, descemos até o bar do hotel  (excelente por sinal!) dispostos a não nos abatermos com o ocorrido. Afinal, o problema tem solução é não é com nenhum de nós dois. É com o carro. Se o custo do conserto comprometeria parte das viagem, paciência!

O futuro a Deus pertence! Cheers!

Assim, sem deixar espaço para lamentações, curtimos o jazz ao vivo no bar do hotel. O presente era bom demais para nos preocuparmos com o futuro… afinal, ninguém tem como saber como será o dia de amanhã.

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