Dia 131 – 10 de Janeiro – Quarta-Feira: A beleza da Laguna Parón e a aventura pelo Cânion del Pato

Assim que o guardião da cancela do parque chegou já estávamos prontos para visitar a atração de beleza espetacular do Huascarán: a Laguna Parón.

laguna-paron-e-o-canion-del-pato
Nosso local de pernoite: no melhor estilo wild camping

Foram uns cinquenta minutos de subida em uma estradinha ruim, com muitas curvas, mas com um visual incrível. Rios, quedas imensas de água, montanhas ingrimes, picos nevados… tudo era uma pequena amostra do que encontraríamos ao atingir 4.200 metros de altitude.

A maior lagoa da Cordilheiras tem um azul lindo que fica ainda mais bonito quando o sol abre e a claridade penetra em suas águas. Naquele dia o tempo estava bem encoberto, com pequenas aberturas momentâneas.

laguna parón e o cânion del pato
Parón: A maior lagoa da Cordilheira Branca

Não conseguimos ver todos os oitos picos nevados que cercam a lagoa. Uma pena. Mas do que pudemos presenciar vimos que Deus não economizou nas belezas naturais nessa região do Peru.

laguna parón e o cânion del pato
                                                                                                 A beleza das águas da Laguna Parón

Ficamos ali cerca de uma hora, entre caminhadas e expectativas de que as nuvens deixassem o sol dar as caras. Ao final, que acabou aparecendo por lá foram Karla e Fernando, do Sem Trilhos, uma feliz coincidência que o destino nos reservou. Karla e Fernando saíram de suas casas uma semana antes da gente e já percorreram Argentina, Uruguai, Chile e Bolívia. Agora estão a caminho do Norte e pretendem chegar até a Espanha, terra natal de Fernando. Foi realmente uma grande satisfação conhecê-los pessoalmente e estreitar laços com eles que, assim como a gente, fizeram do mundo o seu quintal.

Mas era hora de seguirmos viagem. Nosso próximo destino era a cidade litorânea de Trujillo. Uma vez mais desceríamos da altitude estonteante das cordilheira em sentido à praia. O caminho indicava um pouco mais de quatro de horas, mas nos custou bem mais tempo. Isso porque a descida teve muitos quilômetros de uma estrada que atravessa o Cânion del Pato, numa região que é preciso ter coragem para atravessar. Estrada estreita, desfiladeiros enormes, paredões rochosos imensos, túneis sem iluminação. Muita emoção!

laguna parón e o cânion del pato
                                                                                       A pista de duas mãos que corta o Cânion del Pato

Quando o cânion terminou e a estrada ganhou duas pistas, o trânsito não deixou que tomássemos muita velocidade. Paramos em um posto de combustíveis para tirar os casacos e colocar uma roupa fresca. Já no litoral, o calor se fez presente.

Até pensamos em um momento em passarmos a noite ali mesmo. Mas como não havia chuveiro no local e ainda era por volta das três e meia da tarde, optamos por continuar nosso caminho até Trujillo. O trânsito ficou ainda mais pesado, cheio de caminhões e pequenas cidades cheias de tuc-tucs e pessoas por todos os lados.

Devagar e sempre, chegamos em Trujillo na caída da noite e fomos em busca de um lugar pra ficarmos. O primeiro hostal, com preço bom, não tinha garagem para o nosso carro. No segundo, a dona não se encontrava e o no telefone que tínhamos para contato, ninguém atendia. Nossa terceira opção era um hostel de surfistas, daqueles super hippies, alternativos e nem sempre limpos.

Não tínhamos muita opção. Nosso carro conseguiu passar pela garagem baixa e foi ali mesmo que pernoitamos. Havia chuveiro quente, uma cozinha disponível e internet para que pudéssemos trabalhar. O cansaço já havia tomando conta. Por uma noite qualquer inconveniente seria facilmente superado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *