Dia 24 – 25 de setembro de 2017 – Segunda-Feira: Os doces de São Bartolomeu

Provando a verdadeira goiabada cascão direto da fonte

Nestes últimos vinte e poucos dias o despertador não fez mais parte das nossas vidas. Ainda assim, acordar cedo faz parte da nossa rotina. É que apesar de termos “todo o tempo do mundo” nosso compromisso com o projeto nos faz sair da cama cedo, queremos aproveitar tudo!

Conseguimos trabalhar na parte da manhã e lá pelas 10h rodamos alguns poucos quilômetros até São Bartolomeu. A vila conta com apenas 100 habitantes dos quais 15 fazem doces artesanais típicos mineiros. Que doces são esses? Na maioria goiabada e doce de leite, feitos em tachos enormes de cobre. Vinicius se aventurou a mexer a massa de goiabada que fica no fogo por 3 horas! E não pode parar de mexer!

A produção artesanal do doce de São Bartolomeu foi considerada em 2008 Patrimônio Histórico Cultural e Imaterial da cidade de Ouro Preto. São doces feitos com técnica centenária, por pessoas simples que tiram da arte de fazer um bom doce o seu sustento.

Tivemos o prazer de conhecer Dona Pia, que além de fabricar doces é a Diretora da escola da Vila. Conversamos rapidamente com ela, já que era quase hora da aula começar.

Por sua indicação, fomos atrás do Sr. Vicente Tijolo, um senhor de 82 anos que faz doces há 70 anos! E que doces! Seu Vicente é muito carismático e atende todos com um sorriso no rosto. Enquanto gravávamos (assista o vídeo clicando aqui!) uma pequena entrevista com ele, turistas do Paraná se aproximaram do local da gravação. Eles queriam comprar os famosos doces do Vicente Tijolo.

Esposa do Sr. Vicente que ao lado do marido fabrica a deliciosa goiabada cascão

Seu Vicente convidou todos para ver os tachos onde são feitos os doces e logo começamos a trocar histórias e cartões.

O pessoal do Paraná estava acompanhado de um casal morador da região, o Sérgio e a Liliam, que encontraram no interior de Minas Gerais um lugarzinho que mais parece um pedaço do paraíso.

Como sabemos? Nós fomos até a casa deles!

Gentilmente nos convidaram para almoçar em sua casa e lá fomos nós, agraciados pelo destino mais uma vez, desfrutar, em excelente companhia, uma refeição típica mineira. Ali mesmo provamos os deliciosos iogurtes feitos por Liliam! Com praticamente zero de acidez, ela acrescenta frutas à bebida e deixa tudo ainda mais gostoso. Os meus preferidos foram os de morango e o côco.

Iogurtes deliciosos da Lilian

Transpondo as barreiras intermináveis da burocracia, ela irá comercializar “A Estrela do Itacolomi” pelo Estado e não tenho dúvidas, terá grande aceitação. Se for da região ou estiver passando por lá, não deixe de provar o iogurte da Liliam! Pode entrar em contato com ela por e-mail [email protected].

 

Além de permitir que conhecêssemos um pouco das suas incríveis histórias, Sérgio, que já foi engenheiro de minas, promotor de justiça e hoje escreve livros infantis, nos presenteou com uma enooorme toranja colhida ali, na hora, do seu quintal.

Foi um almoço muito curioso, muito prazeroso, muito rico. Pessoas interessantes, lugar lindo, comida fantástica.

Voltamos à casa de Cila e Paulo quase 5 horas da tarde. Foi tempo de tomarmos um banho e já voltamos pra rua. Diego nos levou para conhecer o Bar do Barroso, dono da melhor coxinha do Brasil, segundo elegeu a Revista Seleções algum tempo atrás. A coxinha é bem temperada, mas um pouco seca para o meu paladar.

Mas o lugar é sem dúvida diferente. É um bar simples, as paredes registram a passagem da pessoas, e ao longo de uma hora que estivemos ali vimos dezenas de pessoas entrarem e pedirem para embalar várias cozinhas para levar. Eram pessoas saindo do horário de trabalho e levando o jantar pra casa.

 

Foi nesse lugar que vi uma cena curiosa. Um senhora entrou no bar, fez o sinal da cruz e se dirigiu à cozinha. Comentei o fato ao Diego que me disse ser muito comum em Ouro Preto os trabalhadores fazerem o sinal da cruz ao iniciar o expediente. Achei aquilo fascinante.

Depois voltamos pra casa e, acreditem se quiserem, ainda rolou um carreteiro à moda do Diego. Em Minas se come tanto quanto se respira!

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