Sim, voltamos para Cancún, para casa de Claudinha e Marcelo, os chilenos “buena onda” que nos deixaram mais do que à vontade em sua casa que acabou sendo nosso ponto de apoio entre idas e vindas na península de Yucatán. Mais que isso, acabou sendo o nosso lar por uns dias.
Depois de muito tempo longe de casa, já não sentimos necessidade de termos algumas coisas, como microondas, cafeteira ou uma cama que esteja a poucos centímetros do chão. Por outro lado, coisas bem mais simples fazem muito mais falta e só nos damos conta quando estamos assim, em uma casa, na companhia de uma família.
Uma xícara de café quente ou um chá fora de hora, uma conversa fiada que se estende bem mais de meia hora, o preparo de uma comidinha caseira enquanto se toma uma taça de vinho.
Essas pequenas coisas que parecem irrelevantes no dia a dia é o que diferencia um hotel de um casa de um amigo, de um relacionamento impessoal para o familiar. Em resumo, carinho e calor humano fazem falta. Se você tem isso, sinta-se abençoado, porque é exatamente assim que nos sentimos sempre que encontramos uma família que nos acolhe.
Nesses últimos dias em Cancún, descansamos, trabalhamos, nos divertimos e cozinhamos. Fizemos feijoada para os chilenos que fizeram empanadas e cuca para nós. Um caipirinha ou um vinho chileno acabava sempre completando o cardápio.
A cada dia temos mais e mais certeza que a comida não é só um elemento essencial de sobrevivência física, como um fator emocional importante para a felicidade. A comida aproxima, conecta, socializa. O alimento é motivo, é causa, é consequência, é desculpa para nos reunirmos, para compartilharmos, para sairmos do nosso mundinho solitário em direção ao coletivo.
Que a modernidade não nos tire de vez esses preciosos momentos já tão escassos.