Dia 93 – 3 de dezembro – Domingo: Chegando ao Acre, o último Estado brasileiro no projeto.

Era dia de colocar o pé na estrada outra vez! Preparamos nosso café, juntamos nossas coisas e logo às 8:00 horas já estávamos fora do centro de Porto Velho. Como era domingo, o trânsito estava super tranquilo.

Peguei o volante e dirigi uns 200 quilômetros enquanto Vinicius tentava trabalhar um pouco no banco do carona.

Chegamos em mais uma balsa para atravessar o Rio Madeira, já quase na divisa de Estado. Lá conhecemos dois motociclistas que estão indo para o Ushuaia. A travessia passou voando com tantas histórias de aventuras na estrada.

Seguimos viagem e uma forte chuva veio, dando uma refrescada no calor. Nem paramos para almoçar, havíamos feito muita comida na noite anterior e nossa geladeira estava forrada. Foi só o trabalho de pegar a comida na geladeira.

Chegamos em Rio Branco lá pelas 15 horas e fomos direito para casa de Bruno.

Mais um amigo do Vinicius? Não, não conhecíamos ele ainda. Mas foi através de Tiago Juruá (agora sim, amigo de Vinicius) que o conhecemos.

Bruno é Couchsurfer e recebe gente do mundo inteiro em Rio Branco, local estratégico de passagem pra quem quer visitar o Peru e o Brasil. História não falta pra ele, nem energia positiva. Ali fomos recebidos por um cara apaixonado por viajantes do mundo e por suas histórias. Nos contou do sueco de patinete, da americana sozinha de moto, do russo à pé, do casal de peugeot 206 caindo aos pedaços…eles (ou nós?) vem de todos os cantos, através de todos os meios de transporte imagináveis.

                                                 Nossa casinha com varanda: devidamente instalados no quintal do Bruno

Bruno conta entusiasmado as histórias do pessoal que passa por sua casa e sonha um dia ir até o Alaska. Com todo o convívio com múltiplos overlanders, base teórica não lhe falta.

Muita conversa e duas mangas doces e suculentas depois (apanhadas ali mesmo no quintal), tomamos um banho e ficamos a espera de Patrycia.

Patrycia Lopes Coelho é funcionária pública do estado do Acre e trabalha atualmente desenvolvendo políticas públicas relacionadas à gastronomia. Na vida pessoal ela cozinha, inventa receitas, escreve no blog pessoal e ainda arranja um tempinho para estudar gastronomia.

Ela foi um amor conosco!

Nos levou para conhecer a cidade, o centro, as praças e ainda um restaurante libanês, cuja cultura é muito presente no Acre.

                                            Esfiha de queijo: os libaneses exercem grande influência na cozinha acreana

Os libaneses vieram na época da corrida da borracha e lá se estabeleceram, trazendo e difundindo junto aos acreanos suas tradições culinárias.

Foi uma noite super agradável com Patrycia que, como a gente, ama cozinhar. No seu blog, “Mesa na Floresta”, ela conta a história das receitas que ela prepara e que só de ler dão água na boca.

                                                     Patrycia, amante da culinária e criadora do blog Mesa na Floresta

Quando nos demos conta já passavam das onze horas… nossa conversa sobre comida e sobre a preocupação em se manter a identidade da culinária local rendeu muito. Que sorte a nossa, viu! Acabamos tendo numa só noite uma aula de história da cidade e da gastronomia local, saboreando uma deliciosa esfiha em ótima companhia!

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