Era dia de colocar o pé na estrada outra vez! Preparamos nosso café, juntamos nossas coisas e logo às 8:00 horas já estávamos fora do centro de Porto Velho. Como era domingo, o trânsito estava super tranquilo.
Peguei o volante e dirigi uns 200 quilômetros enquanto Vinicius tentava trabalhar um pouco no banco do carona.
Chegamos em mais uma balsa para atravessar o Rio Madeira, já quase na divisa de Estado. Lá conhecemos dois motociclistas que estão indo para o Ushuaia. A travessia passou voando com tantas histórias de aventuras na estrada.
Seguimos viagem e uma forte chuva veio, dando uma refrescada no calor. Nem paramos para almoçar, havíamos feito muita comida na noite anterior e nossa geladeira estava forrada. Foi só o trabalho de pegar a comida na geladeira.
Chegamos em Rio Branco lá pelas 15 horas e fomos direito para casa de Bruno.
Mais um amigo do Vinicius? Não, não conhecíamos ele ainda. Mas foi através de Tiago Juruá (agora sim, amigo de Vinicius) que o conhecemos.
Bruno é Couchsurfer e recebe gente do mundo inteiro em Rio Branco, local estratégico de passagem pra quem quer visitar o Peru e o Brasil. História não falta pra ele, nem energia positiva. Ali fomos recebidos por um cara apaixonado por viajantes do mundo e por suas histórias. Nos contou do sueco de patinete, da americana sozinha de moto, do russo à pé, do casal de peugeot 206 caindo aos pedaços…eles (ou nós?) vem de todos os cantos, através de todos os meios de transporte imagináveis.
Bruno conta entusiasmado as histórias do pessoal que passa por sua casa e sonha um dia ir até o Alaska. Com todo o convívio com múltiplos overlanders, base teórica não lhe falta.
Muita conversa e duas mangas doces e suculentas depois (apanhadas ali mesmo no quintal), tomamos um banho e ficamos a espera de Patrycia.
Patrycia Lopes Coelho é funcionária pública do estado do Acre e trabalha atualmente desenvolvendo políticas públicas relacionadas à gastronomia. Na vida pessoal ela cozinha, inventa receitas, escreve no blog pessoal e ainda arranja um tempinho para estudar gastronomia.
Ela foi um amor conosco!
Nos levou para conhecer a cidade, o centro, as praças e ainda um restaurante libanês, cuja cultura é muito presente no Acre.
Os libaneses vieram na época da corrida da borracha e lá se estabeleceram, trazendo e difundindo junto aos acreanos suas tradições culinárias.
Foi uma noite super agradável com Patrycia que, como a gente, ama cozinhar. No seu blog, “Mesa na Floresta”, ela conta a história das receitas que ela prepara e que só de ler dão água na boca.
Quando nos demos conta já passavam das onze horas… nossa conversa sobre comida e sobre a preocupação em se manter a identidade da culinária local rendeu muito. Que sorte a nossa, viu! Acabamos tendo numa só noite uma aula de história da cidade e da gastronomia local, saboreando uma deliciosa esfiha em ótima companhia!