O Domingo acordou nublado o que era ótimo para manter a temperatura amena. Enquanto Vinicius decidia inovar no visual passando a máquina seis por todo o cabelo, eu continuava a colocar o trabalho em dia. Mais tarde ele me chama para… plantarmos um pé de açaí!
Pode parecer meio bobo, mas plantar uma árvore na Amazônia, às margens do Rio Negro, de um fruto que além de ser a cara do Brasil é classificado com “superalimento” (há estudos dizendo se tratar de um alimento rico em propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias), teve um significado especial pra gente. É como deixar um “rastro do bem”, devolver à natureza um pouquinho do que ela tem nos dado.
Conforme as horas passavam o sol foi aparecendo timidamente. Antes que providenciássemos o almoço fomos conhecer de perto as águas escuras do Rio Negro. É realmente impressionante como a água é escura e chega dar uma certa aflição entrar no rio…. ao menos até se acostumar. Em compensação, a água é quente, bem quente!
Talvez a experiência mais legal de conhecer o rio foi ter visto um barco remado por um senhor de meia idade cheio de crianças que dele pulavam para nadar. De acordo com Pacheco, ao lado do barco nadava um boto cor-de-rosa com quem as crianças brincavam.
Nós não conseguimos ver o boto, mas aquela cena das crianças brincando no rio no domingo pela manhã fez pensar na infância saudável que preservam por aqui. O contato com a natureza, com o rio, com os animais, tudo muito diferente da realidade das cidades grandes cheias de muros, cercas e confinamento.
Provavelmente eles também pescaram o peixe que comeram naquele dia, assim como nós tivemos a rara oportunidade de almoçar um belo Tucunaré fresco, pescado no dia anterior. De salada, é claro, aproveitamos a farta oferta de PANC do quintal de Pacheco e Aninha.
Os dias na Amazônia são assim, cheios de histórias de plantas e peixes que você custa gravar o nome…porque apesar de ser abundante em nosso país eles ainda são estranhos aos nossos ouvidos que cresceram ouvindo somente tilápia e alface.
Ok, há um pouco de exagero aí, mas a verdade é que no sul somos dominados pela cultura européia dos nossos colonizadores e pouco aprendemos sobre o restante do país, especialmente sobre a rica e farta região norte. Ter contato com essa cultura visceral brasileira é mais um motivo pelo qual a decisão de termos iniciado nossa volta ao mundo pelo Brasil tem sido comemorada todos os dias.