Silêncio. Frio. Escuridão. Dependendo do contexto pode parecer cena de filme de terror. Não era o caso. Era assim o amanhecer em Teposcolula o que dava uma certa preguiça de sair da cama quentinha do quarto do hotel. Então não saímos, ficamos trabalhando embaixo das cobertas no melhor estilo adolescente largado.
Quando a coluna reclamou da má postura, fazendo nos lembrar que já não temos mais 16 anos, levantamos para tomar café, caminhar poucos metros pra conhecer o centrinho da cidade e arrumarmos nossas coisas. Era hora de seguir para Córdoba.
Fizemos uma parada rápida para almoçarmos no meio do caminho, bem quando começou a chover torrencialmente.
Pedimos um mole poblano, o típico molho de pimentas do estado de Puebla que ainda não havíamos provado. Um sabor docinho e um fundinho bem leve de picor, a combinação que a gente ama! Não vimos o preparo, mas atendente disse que o mole poblano leva passas, banana e amêndoas, além de chocolate e por isso ganha o toque doce.
Quando a chuva já havia dado trégua, seguimos viagem até que chegamos em Frutín de Las Flores, cidade do ladinho de Córdoba, onde mora Santiago Aguilar Zilli, a pessoa responsável por deixar nossa passagem por esse cantinho do México pra lá de especial.
Como? Só pra início de conversa, nos primeiros cinco minutos em que pisamos em solo veracruzano Santiago já nos fez embarcar em seu carro para irmos visitar a cervejaria artesanal Bruma. Depois de provarmos as variedades ali mesmo na garagem de Rogelio Maldonado, direto da fonte, Santi nos levou ao local onde ficaríamos hospedados nos próximos dias e onde ele organizou, junto com amigos do Slow Food Altas Montañas, um jantar para nos recepcionar. Que máximo né?!
Ficamos super felizes com a hospitalidade dos chefs, cozinheiros e associados da rede que deixaram nossa noite do dia dos namorados agitada, divertida e saborosa! Nosso jantar teve uma salada fresquinha de folhas verdes com flores colhida no Horto de Santi – o Hortín Fortín -, deliciosos tamales de peixe em molho picante com folha de abacate, feijão com folha de epazote, torresmo e abacate de comer até passar mal e, ainda, camarões empanados no côco ralado que dispensam qualquer comentário. A festa foi regada com cerveja artesanal e vinho mexicanos.
E assim foram as nossas primeiras horas na cidade de Córdoba e região. Mais uma vez o povo mexicano nos conquistou com sua gentileza e generosidade (com a comida e bebida também!). Gratidão aos novos amigos do Slow Food Córdoba Altas Montañas!