Enquanto milhares de foliões vão às ruas no Brasil, colombianos passam o dia de Carnaval trabalhando normalmente. A menos que você esteja em Barranquilla, no litoral carimbenho, os efeitos do feriado mais alegre do mundo não são sentidos no país de Gabriel García Marques.
Sem Carnaval e com o final do “paro armado” da guerrilha, seguimos nosso caminho. Antes, um abraço apertado em cada um dos membros da família Rodriguez a quem agradecemos profundamente por nos terem recebido nesses últimos dias. A sensação é de que nos reencontraremos…um dia.
Nosso destino inicial era Manizales, um pouco mais de uma hora de Circasia, de onde partimos. Nosso compromisso, infelizmente, não se concretizou e partimos em direção ao norte do país.
A estrada era muito, muito bonita. A medida que os quilômetros avançavam os cafezais davam lugar às montanhas verdes cheias de árvores imensas, muitas frutíferas, como mangueiras e abacateiros.
Logo apareceram as barraquinhas de beira de estrada oferecendo essas e outras frutas, como a guanábana e a banana, claro.
A vontade de parar era grande mas uma coisa acabava com a tranquilidade da paisagem: caminhões!
Assim como no Brasil, as estradas são o meio mais comum de transporte de carga e fazem as rodovias ficarem quase intrafegáveis. Sem contar as obras que faziam o fluxo parar por alguns bons minutos.
Paramos somente para almoçar em um restaurante de estrada que oferecia menu por 10.000 pesos colombianos. Sancocho de gallina de entrada (sopa de galinha com batata e plátano) e arroz, feijão, banana frita e carne de principal (quase o nosso tradicional PF). Uma limonada com panela (a rapadura!) para acompanhar. Tudo isso por um pouco mais de R$12,00.
Não conseguimos comer tudo. Busquei um pote no carro e acondicionei o restante – suficiente para mais uma refeição – na geladeira do carro.
Chegamos em Honda, cidade do interior da Colômbia ao norte de Bogotá. Ah, dessa vez resistimos a tentação e não fomos à capital colombiana. Com o planejamento de envio do carro por navio ao Panamá e a chegadas nas nossas mamães para nos visitar (sim! elas vem e estamos super animados!), nosso tempo na Colômbia está bem contado.
E é por isso que partimos já em direção à costa norte, bem no limite com a Venezuela.
Chegamos em Honda no final da tarde, perto das cinco horas e encontramos um lugar fomidável para pernoitarmos. Um hotel rural, com muito espaço, área verde e sossego. Sossego?
Quando entramos no hotel levamos um susto! No pátio do hotel haviam duas viaturas cheias de policiais armados e muita gente em volta!
–Aconteceu alguma coisa aqui, Vinicius !, falei nervosa ao meu querido esposo.
– Acho que sim! , respondeu ele.
Paramos um garoto que ia passando e perguntamos o que estava acontecendo.
-“Estão gravando cenas para a novela”, respondeu animado.
Ufa! Estávamos no meio do set de gravações de uma novela colombiana e acabamos acompanhando a gravação da última cena. Bem curioso!
Em meio aquele auê todo, localizamos a dona do hotel que nos deixou acampar em nossa casinha. Depois de acompanharmos a gravação, comemos algo leve, tentamos trabalhar e ler um pouco e logo fomos nos deitar.
Fazia calor em Honda e nosso ventilador foi essencial para que tivéssemos uma excelente noite de sono.