Nosso café da manhã foi feito no estacionamento do hotel. Se alguns pudores são dificilmente quebrados, como tomar banho em um lugar habitado, sem paredes e portas, outros são uma questão de tempo. Hoje, fazer uma “farofada” na frente dos demais, seja em posto de gasolina, numa praça ou num estacionamento, já não nos parece mais estranho e os olhares dos curiosos já não nos causa incômodo.
Nessa de estarmos à vontade tomando nosso cafezinho da manhã, o garoto que tomava conta da recepção do hotel passou pela gente e nos entregou um saco com pãezinhos fresquinhos que acabava de comprar. “Provem o pão peruano”, disse ele. Uma gentileza do garoto que admirava nosso estilo de vida. E o pãozinho era muito bom mesmo, lembrando nosso pão francês, mas em num formato semelhante a uma pipa.
Ficamos no hotel até quase meio-dia, hora do check out. Aproveitamos para fazer contato com a família. Era aniversário da nossa sobrinha e afiliada, a linda Sofia. A família estaria reunida para comemorar os seus 7 aninhos. Bateu vontade de estar lá, poder abraçá-la, ajudar nos preparativos, poder participar dessa celebração… (momento de saudade!) Ainda bem que a tecnologia acaba resolvendo um pouco o problema da distância.
Bola pra frente! Era hora de procurarmos nossa próxima parada. Tínhamos compromisso agendado para a segunda-feira de manhã em Lambayeque, cidade 20 quilômetros próxima, então tínhamos que ficar pela região.
Acabamos indo até a praia para fazermos almoço…a beira mar. A praia estava bem cheia e tivemos que rodar um pouco para achar um cantinho mais tranquilo. Depois do almoço tiramos uma siesta. A água gelada do Pacífico e o vento frio nos mantiveram distantes da areia. Ficamos só apreciando as ondas e a habilidade dos peruanos na utilização dos caballitos de totora, uma embarcação semelhante a um caiaque, feita de palha e utilizada para a pesca que segundo conta o Google já era utilizada na era antes de Cristo.
Quando nos despertamos, ao nosso redor já haviam dezenas de carros e inúmeras pessoas se divertindo ao som de música latina. Com certeza não seria tranquilo passar a noite ali. Ouvimos rumores de um certo perigo na região norte do Peru, mas a verdade é que não sentimos essa insegurança que nos relataram. De toda forma, decidimos ir mais perto de Lambayeque para que no dia seguinte estivéssemos mais perto da fábrica que visitaríamos.Por fim, foi num posto de combustíveis que pernoitamos, o terceiro em que tentamos parar. Os dois anteriores não permitiram que ficássemos. No último, além de termos sido bem recebidos, ainda tinha banheiros limpos e chuveiro. E de graça! Aí sim!
Abrimos nossa casinha, fizemos um lanche, lemos um pouco e esperamos o sono chegar.