Provando Comida Típica do Norte do Peru.
Às dez da manhã do sábado decidimos pegar estrada e ir em sentido à Lambayeque, subindo cada vez mais ao norte do Peru. A cidade fica umas quatro horas de Trujillo e no caminho, viemos a saber na prática, tinha um tráfego terrível, como quase todo litoral peruano.
Aliás, falando das estradas peruanas, teve algo nada agradável que nos acompanhou por todo percurso desde que entramos no país: lixo! O tempo todo vimos quantidades absurdas de lixo jogados a céu aberto bem próximos das rodovias. Ao longe aquela vista incrível das Cordilheiras. De perto, o cheiro dos restos que se amontoam sem qualquer critério. Com exceção dos lugares com muitas montanhas e desfiladeiros, cuja geografia acaba dificultando o acesso das pessoas, sacolas e mais sacolas deixavam a paisagem feia, triste e preocupante. Consumo desenfreado, desnecessário, excesso de embalagens plásticas que levam uma eternidade para se decompor…onde isso vai parar?
No caminho de Trujillo até Chiclayo a coisa não foi diferente. A cada cinco quilômetros havia uma nova cidade cortada pela Panamerica e nesse intervalo toneladas de lixos apodreciam (ou não!) na beira da estrada.
Diante do contexto, procuramos um lugar menos pé sujo para almoçar dessa vez. E acertamos em cheio.
O lugar era simples, mas limpo. A comida… a comida era tudo aquilo que nos falavam sobre a cozinha norteña! Deliciosa! Vinicius se esbanjou com um seco de cabrito, com arroz e feijão. Eu me acabei no linguine com molho de huacaína e somo saltado.
Logo mais adiante chegamos na cidade de Chiclayo e antes que nos dirigíssemos ao camping que prevíamos ficar naquela noite, passamos no mercado para abastecer com alguns mantimentos.
Mercado feito, faltavam 10 quilômetros pra chegarmos ao camping. Lá chegando uma surpresa. O local estava tomado por hóspedes que eram convidados de um casamento que seria celebrado ali nas dependências do parque. Não havia um mísero espaço para estacionarmos nosso carro!
Tivemos que encontrar um plano B. Fomos em direção à praia de Pimentel, sem saber o que encontraríamos por lá. E nos surpreendeu. Um balneário badalado e lotado de veranistas que aproveitavam o final de semana de sol. Encontrar um lugar bom e barato nesse cenário, entretanto, não seria a coisa mais fácil.
Nossa primeira opção foi ficar num local que já foi um hostal de verdade mas que hoje só sobraram algumas estacas de bambus e quase nenhuma estrutura de pé. O proprietário avisou: as instalações são bem rústicas.
No clima “não vamos julgar antes de conhecer” e já acostumados com ambientes de todos os tipos, classes e condições arriscamos a investigar de perto do que se tratava e, de fato, não nos pareceu muito adequado tomarmos banho coletivamente com apenas um pano esvoaçante entre os banhistas. Ainda não chegamos a esse nível de desapego…
Ao final encontramos um hotel que de 80 solis acabou fazendo o quarto por 40. Nesse vai e vem as horas se passaram e já eram por volta das oito da noite. Jantamos o que havia na nossa geladeira, no quarto do hotel mesmo e logo fomos dormir.