Dia 237 – 26 de abril – Quinta-Feira: Guatemala sem Tikal

Trocamos o passeio nas ruínas pela comida típica e a companhia dos locais

Ruínas maias. Elas são a razão de nove entre dez turistas estrangeiros visitarem a Guatemala. Os maias viveram na região que hoje é o norte da Guatemala e sul do México e estão entre os povos antigos mais civilizados que se tem registro.

A exemplo do que ocorre em Machu Picchu com os incas, os maias construíram cidades inteiras, estabeleceram regras próprias de convívio, se organizaram politica e geograficamente séculos antes de Colombo vir ao mundo.

Fascinante, não?

Pois é, pra conhecer essa historia de perto e visitar as ruínas os guatemaltecas cobram Q200 por pessoa, cerca de R$100. Esse é o preço da entrada que dá acesso à Tikal, o parque nacional que abriga as antigas construções.

Não é que seja caro, certamente vale mais um passeio a Tikal do que em um parque de diversões, mas pensamos, repensamos e decidimos não ir à Tikal. Não foi uma decisão fácil. Mas além do valor salgadinho para o nosso orçamento atual tivemos outra forte razão para ficarmos mais um dia em Puerto Barrios: o aniversário de Don Bayron.

Uma coisa não excluía a outra não fosse nosso tempo contado para chegar em Cancún, da onde partiria nosso vôo para Cuba na semana seguinte. Queríamos chegar com folga de um par de dias e ainda havíamos de atravessar Belize. Fora isso ainda teríamos chance de ver a história maia ao vivo no México, onde o valor da entrada era bem mais modesta: U$4, nem R$15,00 por pessoa.

A soma de todos esses fatores foram suficientes para desistirmos de Tikal (cuja visita ficará para a próxima vez que viremos à Guatemala). Então ficamos pra comemorar o aniversário de Don Bayron e acabamos aprendendo muito da gastronomia guatemalteca com Mirian, que além de muitas outras coisas nos ensinou a fazer Tapado.

Tapado é um prato típico da Guatemala e de toda a costa do atlântico, feito com frutos do mar e leite de côco, parecido com o rondón que conhecemos no Panamá e na Costa Rica. A diferença aqui é que o preparo leva – além de plátano, banana e mandioca – siri, peixe, camarões e caracol, o molusco do mar que provamos pela primeira vez no dia anterior.

Isso tudo é cozido no leite de côco, com cebola, tomate e chicória. O sabor fica pra lá de bom!

Miriam adora Caracol e nos ensinou a fazer tapado, o prato mais típico da região costeira da Guatemala
Tikal Guatemala
Preparando o Tapado 
Caracol, siri e pescado no mesmo prato!

Mas provar o tapado foi só uma ínfima parte de tudo que provamos nesse dia que começou com um super café da manhã típico, servido no hotel. O arroz com feijão indispensável em outros países da América Central deram espaço para a pasta de feijão moído (aqui, geralmente feita com feijão preto). No prato ainda vem plátano maduro e frito, batatas raladas e fritas, chorizo, tortilhas, queijo branco, sofrito de tomate e cebola.

Tikal Guatemala
Desjejum pra não sentir fome o dia inteiro!

No meio da manhã experimentamos uma pie de queso, uma torta de queijo que Byron ganhou de presente de aniversário. O curioso aqui é que ao invés de fazerem uma camada de massa no fundo da torta eles cobrem a torta com bolachas “maria”. Legal, né? Isso é pensar fora da caixa!

Ao meio dia Bayron ganhou outro presente, dessa vez da sogra: rabada! Sim, ele ganha muita comida como presente de aniversário!

Nesse meio tempo Miriam pediu que um funcionário fosse buscar flor de isote que o pessoal do restaurante preparou com ovos mexidos pra gente conhecer. Temos visto flor de isote desde a Costa Rica e só agora tivemos a oportunidade de prová-la. Ela é bem suave e um pouco amarga, mas um amarguinho bom, sabe? Se você gosta de azeitonas entende bem o que estamos falando. A consistência lembra  alcachofra ou champignon em lâminas.

Tikal Guatemala
Flor de Isote, a flor que é símbolo de El Salvador, é bastante consumida também na Guatemala
Tikal Guatemala
Flor de Isote
Tikal Guatemala
Tortilha com ovos mexidos e flor de isote
Tikal Guatemala
Rabada deliciosa da sogra de Byron!
Tikal Guatemala
Torta de queijo com farofa de bolacha
O aniversariante do dia, Dom Byron, e a esposa Miriam

No final dia ainda teve a comemoração especial, com tacos fritos de frango e bolo. Nem deu tempo de nos arrependermos de não termos ido a Tikal. A quinta feira foi tão cheia de momentos especiais que agradecer ao universo era tudo o que podíamos fazer.

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