Segunda-feira é um bom dia pra falar de doces. É o dia em que 50% da população tenta iniciar uma dieta que na maioria das vezes tem justamente o doce como grande inimigo. É que na verdade os doces são considerados aliados da nossa felicidade e por isso é tão difícil ignorá-los.
Ok, sabemos que o açúcar é o grande vilão das dietas e, em última análise, da nossa saúde como um todo. Mas, como o equilíbrio é a chave de tudo nessa vida, às vezes abrir uma exceção para comer um docinho faz bem para a alma.
Não temos encontrado muitas tentações doces aqui no México (ou, inconscientemente, não estamos procurando direito). É claro que a herança espanhola deixou os churros por aqui, mas as sobremesas típicas giram em torno de flans e pudins que não nos chamam muito a atenção.
Por outro lado, a variedade de pães doces é grande e aí fica difícil resistir. Se os pães salgados ficam relegados a segundo plano por conta das aclamadas tortilhas, quando o assunto é pão doce o México manda bem! Aqui entram as donas, os ojos de buey, pan concha, pan beso e uma série de outros que vão variando de região a região. Alguns ingredientes costumam repetir em suas composições, como a rapadura, as passas e canela.
É claro que os mexicanos não adoçam sua vida só com pães doces. Há inúmeras padarias e confeitarias que preparam as delícias da pastelaria francesa, assim como a La Fabrique 13, a loja de doces mais linda do povoado mágico de Coatepec. Ana, a proprietária, nasceu no México, cresceu nos Estados Unidos e se formou na Europa. A mescla resultou na oferta de produtos com muita influência desses lugares, como tortas, cookies, eclars e brownies.
Mas antes de nos jogarmos nos doces da lá La Fabrique 13, foi uma bebida que atiçou nossa curiosidade, a Zarzaparrilla. Pesquisando um pouquinho vimos que a bebida tem muita história e pode ser considerada a irmã saudável da coca-cola já que lembra muito o seu gosto. Assim como a bebida gringa, aqui no México a preparação da Zarzaparrila é mantida em segredo. Talvez lá na Espanha – onde a zarzaparrilla se originou – conseguiremos maiores informações sobre o líquido preparado com a raiz da planta de mesmo nome.
Aqui em Coatepec, Ana nos contou que é muito comum os locais beberem zarzaparrilla, mas apenas algumas famílias da região a preparam e já entregam engarrafadas, sem rótulos, indicações nutricionais ou qualquer referência aos ingredientes e forma de preparo. Mistério!
Bem, seguindo a proposta de oferecer produtos feitos com ingredientes locais, Ana transforma as frutas da estação produzidas na região – como a manga, banana, amora, maracujá e manga – em sobremesas, tortas e bolos. O novo cardápio trará opções com café, o grão que dá fama ao povoado de Coatepec e a gente teve a felicidade de poder acompanhar o preparo de uma eclair de café (a nossa bomba) e prová-la em primeira mão!
Depois de quase duas horas de um cuidadoso preparo, entre gravação e fotos, provamos o doce que temos certeza que fará tanto sucesso na La Fabrique 13 quanto faz a Zarzaparrilla!
Mas o dia ainda não havia acabado e ainda seríamos surpreendidos por mais uma bebida típica mexicana nessa doce segunda-feira.
Já de volta à cidade de Xalapa, na companhia do chef Salvador Gonzáles, provamos Tascalate, que tanto pode ser fria como quente. Mas sem segredos dessa vez. A Tescalate é feita de leite, cacau, milho, canela e urucum.
Dizem que é a Tescalate é uma bebida tradicional do estado de Chiaplas, mas por lá não a encontramos. Aqui em Xalapa, Veracruz, ela se adapta bem às mudanças repentinas do clima que ocorrem num mesmo dia, a cada vinte minutos. Se fizer frio ou estiver chovendo, a versão quente aquece o corpo. Se o sol resolver aparecer e fizer calor, a opção fria, que é feita com água no lugar do leite, fica bem refrescante.