Dia 88 – 28 de novembro – Terça-Feira: A despedida da capital Amazonense e o início da BR-319

Depois de uma boa noite de descanso na pousada Chez Les Rois, ensacamos nossos pertences para conhecer um pouco mais de Manaus.

A primeira parada foi na Barraca de Frutas da Dona Rosa, próxima ao aeroporto, conhecida por ter frutas exóticas dificilmente encontradas em outros lugares.

Dona Rosa não estava lá e as frutas frescas também não. Só chegariam no dia seguinte. :/ Ainda assim conseguimos conhecer algumas variedades bem diferentes: bacuri, pitomba, fruta pão, rambutan, …

                                   Bacuri – azedinha
                       Pitomba- lembra manteiga de cacau

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                    Mercado Adolpho Lisboa

 

Saímos de lá querendo mais.

Fomos em direção ao Mercado Público municipal. Estacionamos o carro em um local seguro e fomos caminhando.

O Mercado Adolpho Lisboa é bem bonitinho, ajeitado, perfeito pra turista passear.

Mas se você quiser ver o mercado de verdade, aquele frequentado pelos manauaras, é preciso caminhar um pouco mais.

Três quadras depois era possível ver o aglomero em volta das barraquinhas de peixes, frutas, hortaliças, farinhas, pimentas… o mercado público de verdade!

 

                                                            Vários tipos de farinha, todas feitas com a mandioca!

Levamos pra casa um saco de castanhas de caju, a R$35,00kg, um de farinha ovinha (R$6,00 kg) e uma peça de queijo coalho por R$10,00. Queríamos levar umas frutas, mas nessa altura nosso carro já estava longe, o calor já pegava forte e ainda precisávamos passar numa agência dos Correios….o que não foi tão simples.

O comércio da cidade se concentra bem naquelas ruas envolta do mercado, fazendo parecer uma vinte e cinco de março da Amazônia. Pra completar, no meio do caminho o chinelo do Vinicius estourou as tiras (que não deveriam soltar, segundo a famosa propaganda).

A busca pelo Correio ficou pra depois da caça por um chinelo novo.

Depois de tudo resolvido, o relógio já marcava meio dia e nem se quer havíamos tomado café. Paramos em um restaurante no centro da cidade que servia comida a quilo e ali pudemos provar a mandioca roxa, uma espécie bem comum por lá. Ela lembra mais uma batata doce (com sabor mais suave) do que uma mandioca.

Nossa aventura gastronômica por Manaus estava com as horas contadas. Nos dirigimos à balsa que cruza o Rio Negro e o Solimões e dá acesso à temida BR-319, sentido Porto Velho.

Tivemos sorte mais uma vez. Quando chegamos na balsa os carros estavam terminando de embarcar e nem precisamos esperar na fila. Fomos o penúltimo carro a subir na balsa.

A travessia durou cerca de uma hora. Fazia muito calor e o sol não dava trégua. No lugar reservado aos passageiros, o vento batia fraco e era quase impossível ficar por ali. Minha pressão baixou (Dani quem escreve aqui) e quase não conseguia ficar acordada.

Vinicius comprou um saquinho de bananas verdes fritas do vendedor ambulante que fica dentro da balsa. Essa banana é muito comum por aqui e é muito boa! O salgadinho do chips deu uma reanimada, mas foi outro fenômeno que acontece por ali que me fez acordar de vez: o encontro das águas dos Rios Negro e Solimões.

                                                                        Onde o Rio Negro encontra o Rio Solimões

Conforme a balsa seguia, o Rio escuro ficava cada vez menor, dando espaço para o barrento Rio Solimões.

Tapajós, Amazonas, Negro, Solimões. Os principais rios da Amazônia impressionam não só pelo volume de água, mas pela importância que têm na vida dos Paraenses e Amazonenses. Deles fazem seu meio de transporte, seu sustento e sua recreação.

O trajeto até a cidade de Careiro Castanho foi tranquilo, tudo asfaltado. Chegamos cedo, por volta das quatro da tarde. Encontramos um posto super tranquilo e seguro para passarmos a noite.

Antes disso fomos até o centro da pequena cidade comprar alguns mantimentos para fazermos nosso jantar…que serviria também de almoço para o dia seguinte, prevendo já que seria um dia inteiro de estrada e estrada difícil.

A mídia noticiava que a travessia da BR-319 estava complicada por conta das primeiras chuvas que haviam caído na semana anterior. Informações de amigos de amigos nossos nos deram coragem para enfrentar a temida transamazônica no seu percurso mais crítico.

Alguns pontos com muito lamaçal acabavam atolando caminhões e ônibus, mas carros pequenos, com um pouco de habilidade, destreza e paciência – adjetivos que meu querido marido tem de sobra – conseguiam passar.

Bem, tomamos um banho enquanto uma chuva resolveu aparecer. Logo ela cessou e pudemos fazer nosso jantar, num clima já mais fresco. Às sete da noite já estávamos prontos para dormir. Pra mim o sono veio rápido. Vinicius ainda ficou respondendo alguns e-mails, contando com a 4G que resolvia aparecer de tempos em tempos.

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