Nosso quadragésimo dia de viagem foi literalmente no meio do Cerrado. Estradas de terra seca e empoeirada, com árvores retorcidas formavam o cenário. Mas algo florescia naquele clima quase desértico: cajuzinho do cerrado.
Nosso destino era o Parque Estadual Terra Ronca, quase na divisa de Goiás com Bahia e para chegar lá não tem muito o que fazer, tem que pegar poeira mesmo! Em alguns trechos até off road rolou. Pontes em mau estado de conservação nos levavam a passar por dentro da água (nível baixo, nada assustador).
Mas tudo isso valeu a pena. Pudemos ver de perto a vegetação do Cerrado, que parece morta, mas só parece. Nossa alegria era poder descer do carro e colher os cajuzinhos vermelhos, bem madurinhos. Eles têm fama de serem azedos, mas não achamos que a fama condiz com a realidade…nem são tão azedos como nos falaram.
Chegamos em Terra Ronca quase 18 horas. Logo escureceria. No início decidimos parar o carro na frente da entrada do Parque e por lá mesmo dormir. Mas o tráfego intenso demais de motos por aquela estradinha que tinha tudo para ser deserta nos perturbou. Preferimos procurar um Camping.
Antes, porém, aproveitamos que por ali passava um riozinho tranquilo de águas claras e tomamos banho. Depois paramos na porta do Seu Ramiro, dono de um camping logo ali perto e famoso guia dos passeios nas grutas. Eles permitiu que passássemos a noite por lá sem qualquer custo. Generosidade que nem sempre se encontra!
Nas últimas horas do dia sentamos e ficamos jogando conversa fora com seu Ramiro….tudo acompanhado de caipirinhas feitas com a Cachaça Cambeba que ganhamos do seu Galeno e com os cajuzinhos do cerrado que colhemos ao longo do dia.
Caipirinhas!!