O frio de San José e o ambiente tranquilo do estacionamento do Restaurante Mirador Ram Luma nos proporcionou uma ótima noite de sono. Isso mesmo! Dormimos no estacionamento do restaurante, um lugar amplo, seguro e cercado pela natureza. Os donos do Mirador ainda nos cederam gentilmente uma cabana, mas preferimos dormir sob o teto da nossa própria casinha.
Levantamos cedinho, tomamos um banho gelado no chuveiro da cabana (com temperatura na casa dos 15ºC), fizemos nosso café e seguimos para o centro da capital. Era dia de conhecer Maria Patrícia Sanchez, bióloga, agrônoma, professora universitária e ativista do Slow Food.
Entre a visita a uma feira orgânica num dos parques de San José e um almoço com comida típica costarriquenha, Patrícia nos falou com entusiasmo sobre os cultivos e atividades comerciais que envolvem a gastronomia do seu país.
A Costa Rica é dividida em oito regiões, todas produtivas. Na costa sul do pacífico encontram-se as plantações de arroz e café. Mais ao norte, é possível encontrar milho, café, frutas e até baunilha. Na região de Catargo produz-se muita pupunha, frutas e cogumelos. Também há criação de gado. Em Alojuela o destaque está para a produção de açúcar e mamão. Na parte do caribe, a pesca dita a economia, mas também há muitas frutas e produtos elaborados a partir do côco.
Do quintal da sua casa a professora nos mostrou a fruta típica da Costa Rica, a Cas, bem parecida com o nosso Araçá ou Guavira, só que um pouco maior que a versão brasileira e muito mais ácida. Por aqui ela é muito usada para fazer sucos.
Pura vida!
O lema do país poderia ser uma referência à rica produção de alimentos existentes na Costa Rica. E estávamos sedentos para um pouco mais disso tudo de pertinho.
Logo depois do almoço partimos em direção à região de Limón, no litoral atlântico, para conhecermos as riquezas gastronômicas daquela região. Em menos de quatro horas cortamos novamente o país de uma ponta a outra.
Já era tarde quando chegamos em Puerto Viejo, uma pequena localidade privilegiada por um mar de águas claras e agitadas. Coqueiros e sombreiros estão presentes em toda orla, sombreando e protegendo barracas de inúmeros campistas que decidiram passar o feriadão da semana santa no principal destino turístico do país. Um luxo de camping, diga-se de passagem. Tranquilidade, sombra e vista para o mar.
Decidimos que nos juntaríamos a eles.
Escolhemos um local onde haviam algumas barracas, imaginando que ali deveria ser seguro para pernoitarmos. E de fato era, muito seguro. Trocamos algumas palavras com a família tica – como se auto denominam os costarriquenhos – da barraca ao lado que nos passou muita tranquilidade.
Pura vida total!