Dia 154 – 2 de Fevereiro – Sexta-Feira: Fronteira e primeiras impressões sobre a Colômbia

Não é nossa primeira vez na Colômbia. Todavia não dá pra dizer que já conhecíamos bem o país. Nossas passagens pela terra de Pablo Escobar se resumiram a duas longas conexões em Bogotá. Foi o suficiente somente para termos uma ideia do trânsito caótico da capital e de conhecermos o bairro charmoso da cidade, cheio de shoppings e restaurantes.

DESSA VEZ A COISA FOI BEM DIFERENTE.

A iniciar pelos trâmites aduaneiros. Uma diferença essencial desde a nossa última passagem. Agora a vacina contra a febre amarela é exigida na entrada e a coisa não é brincadeira. Pra ter uma ideia, ainda no guichê de atendimento do Equador nos perguntaram sem tínhamos a carteirinha de vacinação para ingressar no país vizinho e o policial que fazia a triagem antes de entrarmos no local da imigração na Colômbia de pronto também pediu que estivéssemos com o documento em mãos. Portanto, se você pensa em ir para a Colômbia, não esqueça de se vacinar!

Fora isso nada além do carimbo no passaporte com visto de permanência de 90 dias. Já para fazer o ingresso do carro, nos pediram fotocópia dos documentos do veículo e do proprietário. Nos entregaram um documento que deve estar sempre junto ao documento do carro e que deve ser entregue na saída do país.

LEVAMOS UMA PASTA COM VÁRIAS FOTOCÓPIAS NO CARRO PARA USAR NESSAS SITUAÇÕES.

Bem, já eram quase duas da manhã quando fomos nos deitar. Onde dormimos? No estacionamento do prédio da imigração do lado colombiano mesmo. Estávamos cansados, o frio era intenso e, afinal, era pra isso que carregamos nossa casa nas costas.

Acordamos às 5:30 horas com o barulho dos ônibus e pessoas chegando para fazer a travessia. Quando saímos do carro vimos a fila que já tomava corpo tanto do lado colombiano como equatoriano.

A ponte que separa Equador e Colômbia

Seguimos para a cidade fronteiriça de Ipiales. Lá aguardamos o relógio bater 8:00h para um grande supermercado abrir. Ali faríamos o SOAT, o seguro obrigatório para poder trafegar no país. Mas, adivinhem… o sistema não estava funcionando.

Procuramos um outro local para fazermos o seguro que por sorte pode ser contratado em vários pontos da cidade. Papelarias, supermercados, escritórios… é só procurar pela plaquinha dizendo “SOAT AQUI”. O valor do seguro varia conforme o carro, o ano, o motor, o número de passageiros.. no nosso caso custou 80.000 solis colombianos, aproximadamente R$90,00, com validade de 30 dias.

Depois foi a vez de comprarmos um chip para o celular. Igualmente fácil de encontrar, por 2000 solis você compra um chip Claro em qualquer mercadinho com menos de 4 metros quadrados. Por 7000 você faz uma recarga que te dá direito a uma semana de internet.

Acabada a burocracia, hora de seguirmos caminho. Seguimos um pouco mais de 100 quilômetros para chegarmos à Laguna de La Cocha, numa região do interior da Colômbia cercada por montanhas verdes. O clima tranquilo era perfeito para colocarmos nossas coisas em ordem, descansarmos do dia anterior e planejarmos nossos próximos passos.

Quase chegando à Laguna, passamos por um grande forno à lenha à beira da estrada. A placa dizia “Arepas de choclo em horno a leña”. Paramos para provar não só a arepa como a água de panela. Panela, no Equador e Colômbia, é como chamam a nossa rapadura. Eles fervem água com rapadura, fazendo uma espécie de chá bem doce, ideal para tomar em locais frios, de montanha, como esse que nos dirigíamos.

A arepa estava deliciosa, docinha, recheada com queijo. A água de panela nos pareceu doce demais, mas mesmo assim o sabor nos surpreendeu. Não vimos nada parecido no Brasil…será que alguém prepara isso em nosso país?

Arepa e água com panela, o “chá de rapadura” dos colombianos

Mas nosso almoço foi mais caprichado. Ao chegarmos no local em que escolhemos para passar as próximas quarenta e oito horas, Vinicius preparou uma deliciosa carne moída com azeite de achiote e pimenta ají.

Enquanto ele fazia o almoço eu faxinava nossa casinha. A verdade é que o local em que ficamos era uma pousada e restaurante que fica à beira do Lago. Jantando no restaurante, eles permitem que você fique ali no estacionamento, e utilize o banheiro e o chuveiro de um dos quartos. Foi exatamente o que fizemos.

Por 15000 solis colombianos, um pouco mais de R$17,00 por pessoa eles nos serviram um menu com três pratos: uma sopa (de legumes ou galinha), um prato principal (truta ou bife de porco) e sobremesa (queijo com doce de frutas ou queijo quente com mel).

Pelo preço pago ainda nos serviram ají feito com tomate de árbol e o suco de lulo. Assim, pela nossa primeira refeição na Colômbia podemos dizer que a culinária do pais não se distancia da que experimentamos no Equador. Pelo menos por enquanto.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *