Dia 110 – 20 de dezembro – Quarta-Feira: Chegamos ao Pacífico!

Saímos por volta das sete da manhã de Arequipa, logo depois de tomar um suco de manga quente. Não sabemos se é comum no país todos, mas na casa de Blanca e Edwin tomamos suco feito com água quente todos os dias. De banana e de manga. No início estranhamos, mas depois até gostamos, já que pela manhã a temperatura era sempre amena.

Blanca acrescenta ao suco “leche evaporado”, um leite que vem em latinha, tipo o nosso creme de leite, mas bem menos consistente. Para adoçar um pouco, ela coloca uma mistura feita com mel, alfarroba e pólen. Fica uma delícia!

Ah, nosso café da manhã ainda teve pãozinho recheado de queijo e presunto que Vinicius fez no dia anterior, junto com as pizzas! Hummm!

Saindo de Arequipa partimos para Nazca, a cidade conhecida pelas famosas linhas que os estudiosos acreditam terem sido criadas entre 400 e 650 d.C anos e que retratam figuras como lagartixas, árvores, mãos, etc…

Levamos o dia todo na estrada para chegar até lá. Os primeiros quilômetros foram tranquilos, de estrada boa, descendo as montanhas até chegar na costa do Pacífico. Tínhamos encontrado o mar novamente.

                                                                                                     Trajeto percorrido no dia

Enquanto no Brasil as praias já estão lotadas nesse período, no Peru não encontramos viva alma desfrutando do mar. Tudo bem que praia quase não há por aqui. A formação geológica é muito interessante no litoral peruano, ao menos nesse trajeto que fizemos nesse dia. Oceano de um lado, montanhas do outro. Em alguns pontos as montanhas dão lugar a dunas imensas e a areia invade um pouco a pista.

                                                          Desfrutando de um Chupete, o dindim peruano, enquanto aguardávamos a liberação da estrada

A paisagem de fato é muito interessante e diferente pra gente. Nada de coqueiros, mangues ou qualquer vegetação costeira. Só pedra, penhascos e montanhas. O mais curioso é que em meio a tanta areia e terra seca, em alguns pontos passávamos por terraços verdinhos, irrigados, com ricas plantações.

                                                                                 Plantação em meio ao clima seco do litoral peruano

Dividimos a direção. Quem navegava observava a paisagem. Quem manejava prestava atenção na estrada, lotada por grandes caminhões que transportam combustível.

Paramos para almoçar quando apareceu uma pequena cidade. Lomo saltado de pollo por 18 solis. O prato que era pra uma pessoa serviu nós dois.

Chegamos em Nazca pelas 17 horas. Paramos em um posto de combustíveis para pernoitar. Havia chuveiro com água fria…grátis. Ótima opção pra quem tem que economizar.

Ao lado do posto havia um pequeno restaurante. Vinicius tomou uma cerveja e pedimos uma porção de fritas a 5 solis. Eu praticamente não bebi. Um resfriado me acompanhava há alguns dias e a dor de cabeça não me deixou o dia inteiro.

Foi nesse meio tempo entre pedir as fritas e uma cerveja que apareceu uma van verde candy, antiga, linda, com placa de Nova York. Um casal sai do carro, entra no restaurante e pede uma cerveja. Vinicius imediatamente puxou assunto e por alguns minutos trocamos ideias sobre estar na estrada. O casal está viajando há seis meses, saíram dos Estados Unidos rumo ao Ushuaia.

                                                                                           As casinhas rodantes dos overlanders

Logo fomos cada um para sua casinha e lado a lado passamos a noite, são, salvos, felizes e seguros.

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