Era fácil prever que acordaríamos super cedo. E assim foi. Pelas quatro já estávamos despertos, apenas com preguiça de sair debaixo do cobertor e dos sacos de dormir que tivemos que usar para nos aquecer.
Em um momento da noite em que nos acordamos para ajeitar nossos cobertores, o termômetro marcava 2ºC! Estava muito frio, mas nossos equipamentos deram conta de manternos quentinhos a noite toda.
Quando finalmente tivemos coragem de sair da cama, preparamos nosso café quentinho e aquecemos o pãozinho peruano que havíamos comprado no dia anterior na chapa. Pão com manteiga aviação na chapa. Delícia!
Embarcamos no carro e … nada dele pegar. Tentamos uma vez e nada, duas e nada. O frio deve ter condensado o diesel e o motor frio não conseguia esquentá-lo. Empurrar? Sim, mas a pedra que havíamos colocado embaixo de uma das rodas para nivelar o carro não deixava o carro andar.
Tivemos que macaquear o carro para que, mais alto que a pedra, conseguíssemos retirá-la debaixo do carro. Depois disso foi o trabalho de empurrá-lo morro abaixo numas duas tentativas até que pegasse no tranco.
Tudo resolvido!
Seguimos viagem até Juliaca, uma cidade onde o desenvolvimento chega a passos muito lentos. Estivemos por lá em 2007 e pouca coisa mudou. O trânsito continua caótico com muitos buzinaços e tuc-tucs, as mulheres continuam se vestindo com as roupas típicas coloridas e as pessoas com que conversamos continuam simpáticas e solícitas.
Aproveitamos que estávamos em uma cidade de médio porte para verificar as pastilhas de freio tão utilizadas nos últimos meses e também para colocar o fluido anticongelante no radiador (para evitar o perrengue que passamos pela manhã). Depois fomos até uma casa de câmbio, trocar nosso dinheiro por solis e ainda demos uma passada na Biblioteca Pública Municipal em busca de internet grátis. Não demorou para que a internet parasse de funcionar…
Partimos da muvuca da cidade em direção a um vilarejo calmo e tranquilo na beira do Lago Titicaca.
No caminho paramos para almoçar em um restaurante simples, com apenas sete mesas, todas ocupadas pelos locais. Esperamos vagar uma mesinha e pedimos os dois pratos servidos no dia: lomo saltado e pollo. Os dois PF´s custaram apenas 8 solis, ou 8 reais!
Quando chegamos no local onde passaríamos a noite nossa primeira providência foi armar a barraca pra tirarmos uma siesta. O clima estava frio, com um sol bem quente, dia típico de inverno, como nós temos lá no sul.
Meia horinha depois estávamos renovados. Um banho quente e as energias estavam renovadas para trabalharmos com uma vista linda do lago navegável mais alto do mundo.
Logo o sol se pôs e sem ele o vento gelado fez a temperatura cair rapidamente. Pela primeira vez fizemos nosso jantar dentro do carro. Já havíamos feito café ou coisas menores, mas foi a primeira vez que cozinhamos dentro dele. Preparamos uma sopa com o macarrão do dia anterior. Tomamos o cuidado para deixar as janelas ventilar o gás carbônico e deu tudo certo. Passamos em mais um teste. 🙂