Dia 101 – 11 de dezembro – Segunda: Subindo a Cordilheira dos Andes

Partimos de Puerto Maldonado depois de um café da manhã reforçado no Hotel Cabaña Quinta. Nessa etapa poderíamos ter seguido para Cusco, a cidade que fica próxima à famosa Macchu Pichu. Mas optamos por ir em direção à Arequipa, ao sul do país.

                                                                                                       Café da manhã é sagrado!

Arequipa é conhecida como polo gastronômico do Peru e por esse motivo a nossa preferência. Além disso, já estivemos em Cusco e decidimos que só iremos se houver tempo depois de esgotados os outros destinos que temos mapeados.

Pois bem. Arequipa está a 763 km de Puerto Maldonado, num caminho que corta a Cordilheira dos Andes. Fazer essa quilometragem num dia seria difícil e também desnecessário. Resolvemos desacelerar um pouco e curtir a paisagem, o caminho.

Nos primeiros quilômetros domina a paisagem de floresta úmida, bem parecida com a do norte do Brasil, fazendo que essa parte do Peru se pareça mais com o nosso país do que a região sul de onde viemos.

As barraquinhas montadas nas beira rodovia ofereciam várias frutas e sucos das frutas que costumamos ver no Acre, Manaus e Pará: cupuaçu, abacaxi, manga, etc. Muitas compravam castanhas ainda com casca e ofereciam “o melhor preço do mercado”.

A cara de Brasil foi findando conforme nos afastávamos da fronteira e assim que atingimos os primeiros dois mil metros de altitude nada na vegetação e no clima nos lembrava nosso país. O frio apareceu, os campos e montanhas nevadas também. Por fim as alpacas e ovelhas compunham um cenário completamente novo e inteiramente encantador.

                                                                           Os picos nevados ao fundo, a quase 5000 metros de altitude.

A velocidade média do carro caiu, uma tontura surgiu e estávamos sob os efeitos do mal da altitude. Nada de mais, mas com o ar pesado e rarefeito achamos melhor seguir as orientações de praxe.

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                          Super abastecidos com folhas de coca

Paramos em uma vendinha qualquer na beira da estrada e compramos um saco de folhas de coca para mastigar. Teremos folhas de coca o suficiente para atravessar a Cordilheira umas vinte vezes. rs

 

Sob o encanto das belezas naturais do Peru, quisemos parar por ali mesmo, no meio do caminho, em meio aquelas montanhas cortadas por um calmo riozinho. Ainda era quatro da tarde e estávamos decididos a achar algum lugar ermo e seguro para pernoitarmos.

Não demorou muito para que encontrássemos uma pequena entrada que levava a um lugar mais alto, com uma vista incrível. Subimos pela estradinha e logo acima estava Alfredo, um peruano campesino que não criou qualquer objeção para que pernoitássemos ali ao lado de sua plantação de batatas.

                                                                                             Pernoitando no quintal do Seu Alfredo

Perfeito!

Paramos o carro e começamos a arrumar nossa casinha. O vento da cordilheira começou a soprar forte e em menos de uma hora nosso termômetro já marcava 11ºC. Fizemos nossa jantar na nossa mesa de apoio externa, mas o vento não deixava que ficássemos do lado de fora.

Assim, jantamos a pasta feita pelo Vinicius dentro da nossa casinha, quentinhos e confortáveis. E quando o jantar acabou, até pensamos em ler, mas o pouco oxigênio e o frio intenso nos convidaram a dormir antes das oito horas.

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